O Poder Judiciário e o Covid -19 Nesse momento da história da humanidade, vírus impôs a todas as instituições, governos e pessoas desafios
Nesse momento da história da humanidade o COVID-19 impôs a todas as instituições, governos e pessoas desafios. Desafios reais, sérios e com potencial de letalidade. Desafios transformadores e que colocam em xeque a forma como as pessoas se relacionam, obrigando a todos um comportamento de isolamento com foco no bem-estar da coletividade.
Infelizmente vivemos uma época em que pensamos demais e sentimos muito pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de gentileza e bondade.
Chegou a hora de reafirmar nosso espírito de resistência e resiliência para escolher nossa melhor história.
Martin Luther King Junior afirmou: “A coragem encara o medo e o controla. A covardia reprime o medo e é assim controlada por isso. Homens corajosos nunca perdem o entusiasmo de viver mesmo através de situações de vida desestimulantes; homens covardes, sobrecarregados pelas incertezas da vida, perdem a vontade de viver. Nós devemos constantemente construir diques de coragem para segurar a enchente de medo.”
Nesse momento da história da humanidade o COVID-19 impôs a todas as instituições, governos e pessoas desafios
O Poder Judiciário tem escolhido a esperança no lugar do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia, o desenvolvimento de soluções criativas no lugar da estagnação e cumprir a sua missão constitucional sem temor e na certeza de que dias melhores virão, pois um filho teu não foge à luta.
Conclamamos a sociedade para que conflitos mesquinhos sejam relegados, o momento é de solidariedade, compreensão e redução de sentimento beligerante.
Emergiremos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, mas com a compreensão de que nosso mundo ficou menor.
Devemos ainda ter em mente que por mais que o Estado, em sentido amplo, possa e deva fazer pelo bem estar da sociedade, é em última análise na fé, na solidariedade, na compreensão da dor do próximo e na determinação do povo que a nação mostrará sua verdadeira força.
Utilizo-me das palavras do presidente Barack Obama em seu discurso de posse, ao afirmar que “quando você vir alguém com saudade dos ‘velhos tempos’, desconfie. Vivemos em uma grande nação e estamos corretamente orgulhosos da nossa história. Somos beneficiários do trabalho e da força e da coragem das gerações que vieram antes de nós. Mas acredito que é parte da natureza humana, especialmente em tempos de mudança e incerteza, querer olhar para trás para algum passado imaginário no qual tudo funcionava, e a economia era pujante, e todos os políticos eram inteligentes, e toda criança tinha boas maneiras, (...). Adivinhem? Não era assim. Os ‘bons velhos tempos’ não eram tão bons. Sim, houve alguns períodos da nossa história nos quais a economia cresceu muito mais rápido, ou o governo corria mais suavemente (...) Mas foram esporádicos esses episódios.”
Ao reafirmar a grandeza do Brasil enquanto nação, compreendemos que a grandeza nunca é dada. Ela deve ser conquistada! A realidade do COVID-19 nos revela que os caminhos que iremos trilhar, não serão caminhos para aqueles de coração e mente fracos, para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou que buscam apenas os prazeres quaisquer que sejam.
Coragem! Essa resolução interna deve nortear nossas ações, neste momento de incertezas, para que possamos superar os obstáculos. A coragem permite que sejamos criativos e esse tem sido o mote das ações do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso.
O pedido que se faz a todo cidadão nesse momento é ter coragem para compreender a necessidade de que todos temos deveres. Deveres para com cada um de nós, com nossa família, nossa comunidade, nossa sociedade, município, estado, nação e o mundo. Deveres que não devem ser aceitos com rancor, mas que, pelo contrário, devem ser abraçados com alegria, firmeza e a certeza de que não há nada tão satisfatório para o espírito, e que defina tanto nosso caráter, do que nos dedicarmos e superarmos desafios que parecem impossíveis para alguns.
O Poder Judiciário é ciente de tais desafios nessa quadra histórica, e a exemplo de Winston Churchill em outro momento que a humanidade precisou de coragem para suplantar o medo em prol de um bem maior, deve ser deixado claro que estamos todos, magistrados e servidores, disposto a oferecer ao Estado de Mato Grosso e a esta grande nação “sangue, trabalho árduo, suor e lágrimas”, na certeza de que essa situação e os desafios que se apresentam não serão superados com facilidade, ações dúbias ou num curto período de tempo. Mas serão encarados, e tenho plena convicção de que serão superados.
Esse período de prova permitirá que cresçamos como instituição, e colaboremos na efetiva construção de uma sociedade mais fraterna, igualitária, solidária e justa.
Carlos Alberto Alves da Rocha é presidente do Tribunal de Justica do Estado de Mto Grosso.
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