O abastecimento em meio a crise
A pandemia do novo coronavírus chegou a um milhão de infectados no Brasil no final da última semana. Mais de um terço da população mundial está em quarentena, ou seja, cerca de 2,5 bilhões de pessoas em dezenas de países. Mas, serviços essenciais continuam a funcionar para que milhares de pessoas possam ficar em casa ou em home oficie garantindo a contenção da Covid-19. Serviços de energia elétrica, abastecimento de água, saneamento, telefonia e internet continuam a funcionar, sem esquecer, claro, de todo atendimento na área da saúde.
Com algumas exceções e problemas pontuais, a logística e o abastecimento no Brasil estão funcionando bem, embora haja preocupações com o avanço da pandemia nas próximas semanas. E o abastecimento é essencial para que as pessoas possam ficar em casa com certa tranquilidade sabendo que os alimentos estarão nos supermercados, os remédios nas farmácias e o combustível nos postos.
Os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e da Agricultura e Abastecimento, Tereza Cristina, têm trabalhado arduamente junto a estados, municípios, entidades e associações para garantir a distribuição e o abastecimento dos produtos básicos. O Ministério da Agricultura, inclusive, criou um comitê de crise para monitorar os impactos do novo coronavírus na produção agrícola. Formado por integrantes do Ministério, da Conab, da Companhia Nacional de Abastecimento e da Embrapa, a função do comitê é propor ações para garantir o abastecimento de alimentos e bebidas durante a pandemia.
Na logística, os portos estão operando, com os portuários recebendo atenção especial e medidas que visam garantir a segurança deles. Quanto ao sistema aéreo, foi estabelecido com as companhias áreas uma malha aérea mínima em operação, principalmente para o transporte de medicamentos, Equipamentos de Proteção Individual (EPI's), aparelhos e equipamentos de saúde – especialmente respiradores - e kits de teste para o coronavírus. Atualmente, 46 localidades no Brasil estão sendo atendidas por meio de transporte aéreo, incluindo todas as capitais dos estados e mais alguns municípios.
Já nas estradas, por onde 60% das cargas são transportadas no Brasil, depois de alguns percalços iniciais, com cidades colocando barreiras a entra e saída de pessoas e veículos, prefeitos e governadores perceberam que é necessário deixar o trânsito de caminhões livre para que o abastecimento não fique comprometido.
Agora, o trabalho é garantir que motoristas tenham nas estradas e rodovias o atendimento necessário em alimentação e higiene. Com muitos postos de combustíveis, restaurantes e lanchonetes fechados ao longo das rodovias, o Ministério da Infraestrutura, o sistema SES/SENAT e as concessionárias montaram 130 postos em vários pontos pelo país para atender os caminhoneiros. O próximo passo é vacinar todos os motoristas de cargas contra a H1N1, ação que está sendo organizada pelo Ministério da Saúde.
Para auxiliar os caminhoneiros também foi disponibilizado o aplicativo InfraBR, com funcionalidades de apoio, indicando onde estão localizados nas rodovias os serviços essenciais para que possam seguir suas atividades sem dificuldades ainda maiores. A Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) também tem atuado com medidas emergenciais, como flexibilização de prazos de documentos e licenças.
Cabe ao Governo Federal garantir os serviços de regulação, como inspeção sanitária e fiscalização em frigoríficos, centrais de abastecimentos, entre outros, garantindo que estes serviços sejam realizados de forma ágil e segura para que produtos e alimentos possam chegar aos brasileiros. Para que um serviço essencial funcione, há por trás toda uma cadeia de outros serviços e produção que não pode parar.
O momento é difícil, exigindo medidas extremas e sacrifícios. Enquanto alguns esperam, outros não podem parar. Mas, com a participação e contribuição de todos – àqueles que podem ficar em casa, fiquem; àqueles que precisam garantir o essencial: muito obrigada; àqueles que podem estar perdendo seus empreendimentos ou empregos, vamos juntos encontrar a solução. Medidas econômicas estão sendo tomadas. Neste cenário ainda imprevisível, a única certeza é a de que sairemos mais fortalecidos e unidos.
* Margareth Buzetti é empresária, presidente da AEDIC e da ABR
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