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Opinião
Terça - 12 de Maio de 2020 às 11:46
Por: Antero Paes de Barros

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O golpe bate às portas. O presidente Jair Bolsonaro pode até não conseguir, mas todo o seu empenho agora na presidência da República é consolidar um golpe militar, com ele na presidência claro, como demonstram todas as faixas dos golpistas nessas reuniões nada espontâneas, das quais participa O Mito.

A vitória de Jair Bolsonaro foi consequência da inconsequência dos governos do PT. Patrocinou governos ladrões e queria na última eleição, mais uma vez ser o protagonista do bloco centro esquerda do País. A derrota era previsível, pois ninguém mais suportava a roubalheira do “lulo petismo”.

A ida do professor Haddad para o segundo turno eliminou de vez, qualquer possibilidade de vitória. Muitos votaram contra o PT e não no capitão e o Brasil perdeu. O povo brasileiro achou que votava em Jair Bolsonaro, mas na verdade estava elegendo para a presidência, além de Jair, Eduardo (01), Flavio,(02), Carlos(03) e a nova descoberta, o “comedor” Jair Renan, (04).

Assim, o Brasil passou a ser governado por um clã.

As advertências foram feitas desde a campanha eleitoral, mas a roubalheira do PT foi tão grande, que ninguém queria ouvir advertência nenhuma. Mas todos sabíamos que Bolsonaro disse claramente ser a favor da tortura, anunciou seu voto para cassar Dilma, homenageando Carlos Alberto Brilhante Ustra, o único torturador condenado no Brasil, disse que o erro da ditadura foi não ter matado mais de 30 mil brasileiros, ainda que morressem alguns inocentes, disse que a Maria do Rosário só não seria estuprada por ele, porque ela não merecia, falou contra os afrodescendentes, dizendo que o mais leve nos quilombos pesava sete arrobas ( pra quem não sabe 210 quilos), ou seja os negros não trabalham e só comem assegurou que ninguém gosta de homosexuais e que a minoria tem que se curvar.

Brasil tem que combater o corona e também a possibilidade da volta da ditadura

Essas pérolas foram do deputado e candidato Bolsonaro. Tudo dito por ele na imprensa, mas a roubalheira do PT, nos fez insensível, a ponto de não perceber o risco de um homem desses chegar à presidência.

Chegou com Hamilton Mourão de vice. Um general que também já homenageou Carlos Alberto Brilhante Ustra e é um dos admiradores do golpe militar de 64. Ou seja, não temos nem alternativa, pois quem se elegeu com ele também tem vocação ditatorial, embora mais polido, mais culto e talvez por isso, mais perigoso.

O presidente Bolsonaro nesses meses de governo não fez outra coisa senão tentar fechar o Congresso Nacional, com ataques sistemáticos a Rodrigo Maia e Alcolumbre. Mais que isso, ataques ao parlamento. Defende claramente, pelos seus manipulados do gabinete do ódio o fechamento do Congresso Nacional.

Recentemente virou as baterias todas contra o Supremo, dizendo que não vai mais tolerar decisões contra o poder executivo. Disse que as forças armadas estão com ele e o povo. Mais uma vez foi desmentido, mas já cogita trocar o comandante do Exército.

Denunciado agora pelo ex-ministro Moro, com provas robustas chega a colocar claramente que não vai aceitar decisões contra o poder executivo, tentando influir na independência do poder judiciário. Esse caso que está sendo analisado pelo ministro Celso de Melo, prescindiria de inquérito, só aquelas mensagens trocadas com Moro e mostradas pela imprensa, ainda livre, bastariam para responsabilizar o presidente da República.

Para evitar seu impedimento transformou o palácio num balcão de negócios. Está distribuindo cargos, emendas e dinheiro, para os condenados do mensalão e da Lava Jato, todos eles do Centrão. Transformou em seu porta-voz, o ex-prisioneiro Roberto Jefferson que assumiu sem pudor cometendo crimes e até agora não foi denunciado pelo Procurador Geral da República.

Roberto Jefferson aparece em vídeo, com um fuzil na mão, arma que segundo a lei não deveria ter acesso. No vídeo Jefferson defende que cabe a Bolsonaro demitir os 11 ministros do STF e nomear 11 bolsonaristas para a Suprema Corte.

Parece ou não uma Venezuela sendo formatada?

O pior é que o Brasil não tem procurador geral da República. Aliás, para convencê-lo a não ser denunciado, Bolsonaro acenou que uma das vagas no STF poderá ser dele, do procurador geral, dependendo claro, do comportamento de Aras.

Em todo a esse clima de golpe nas portas ainda tem democratas com sonhos infantis, pregando a prorrogação de mandatos, como Avalone, presidente do PSDB e Wellington, senador da República.

É hora da união dos democratas. Infelizmente, o Brasil tem que combater o corona e também a possibilidade da volta da ditadura. Democratas uni - vos.

O golpe está anunciado. É hora de reagir.

Antero Paes de Barros é jornalista, radialista, advogado foi deputado constituinte e senador da República.



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