O Estado faz o que?
Em mais de 500 anos de história sempre tivemos um Estado forte e atuante, porém se tivéssemos um Estado eficiente e enxuto, muito provavelmente, a pandemia teria outro resultado. Este momento inédito nos faz pensar que o excesso de interferência estatal tem nos atrapalhado. Seja pela administração direta ou através de delegação de poderes.
A gerência do Estado falhou na educação, pois dos inscritos no Enem 42% não possuem computador e se tivessem teriam que se virar por conta própria, com raras exceções nossas escolas não têm ensino a distância, apesar de todo orçamento destinado. Muitas das Universidades fechadas, pois não acompanharam o avanço tecnológico. Inacreditavelmente não tem EAD e nem ensino on-line.
Parece lugar comum, mas o sub-financiamento da saúde e a gestão falha do SUS provou que não foi preciso pandemia para escancarar que nosso sistema de saúde está sucateado. Agora com a crise, e nesta corrida contra o tempo, o que vemos são casos de superfaturamento em várias cidades e estados.
Falhou no saneamento, hoje mais de 50% dos brasileiros não dispõe desse serviço e o marco regulatório do saneamento parado no congresso deixa de gerar milhares de empregos e precariza ainda mais condição sanitária decente para a população.
Outro assinte é o transporte público e a infraestrutura. Hoje assistimos ônibus, trens, metrô, todos superlotados. Obras de transporte que eram para a copa de 2014 até hoje não foram entregues.
A falta de planejamento na habitação popular com imóveis de baixa qualidade, com infraestrutura falha e em locais não adequados, sem qualidade urbanística e sem acesso fácil aos serviços urbanos, como escolas, postos de saúde, transporte.
O Estado, mais uma vez, por excesso de proteção a tecnologia, mesmo com a privatização das teles o excesso de regulação faz com que a concorrência seja quase inexistente. O que resulta em um avanço tecnológico muito lento.
E o que fazer para voltar a crescer?
Primeiro passo é parar de usar a pandemia politicamente e as três esferas, município, estado e união agirem em conjunto salvando vidas, com planejamento e estratégia, o que não foi feito até agora.
- Reforma Tributária. Para buscar a modernização, menos burocracia e carga justa. E assim gerar mais empregos e renda.
- Desregulamentação do sistema bancário para aumentar a competição no setor.
- Reforma Administrativa.
- Programa de privatizações. Que o estado cuide da saúde, educação básica e segurança.
- Abertura comercial. Para estimular a concorrência e melhora dos produtos entregues ao consumidor. E por fim, não menos importante, focar na educação básica de qualidade.
Temos a oportunidade de amenizar os impactos e voltar a crescer com consistência por um longo período no pós-crise, mas para isso precisamos de ação e postura do governo e congresso. E principalmente da pressão popular.
Junior Macagnam, é empreendedor , membro do “Livres” e presidente do Sincalco.
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