Preciso acreditar! A pandemia que nos acomete não tem um culpado específico
Considero-me uma pessoa otimista. Penso em mim como alguém que procura encarar as dificuldades presumindo que terá sucesso.
Não tenho vocação para o pessimismo.
Outro dia estava eu relendo um livro de Voltaire que gosto muito, " Cândido , ou otimismo".
A narrativa conta a estória de Cândido e de um filósofo amigo dele que era extremamente otimista. Os dois passam o livro todo sofrendo toda sorte de desgraças e tragédias, mesmo falando de tragédias é um livro muito divertido e gostoso de ler.
No final reconhecendo que a necessidade de cultivar seu jardim como mais importante do que refletir sobre os males do universo, Cândido, apesar de não desculpar os incontáveis problemas passados por ele e seus amigos, percebeu que é preciso agir para tornar a existência aceitável.
Longe de ser uma incitação ao conformismo, o conto chama nossa atenção para o fato de que unicamente os homens, como sujeitos de sua própria história, são capazes de transformar o mundo.
É uma narrativa centrada nas tragédias da vida, mas que no fundo prega a esperança.
Não uma esperança vã, mas uma esperança centrada na ação. Uma esperançapragmática ,do tipo: "QUEM SABE FAZ A HORA".
Acredito em Deus e tenho fé em algo superior , mas não acho que devemos esperar que ele faça tudo. Temos o dever de dar uma ajuda.
Vivemos um momento parecido pelo enfrentado por Cândido e seu amigo.
Espero que como ele, todos estejamos pensando nas nossas ações futuras. Pensando em como poderemos ajudar Deus a nos ajudar.
A pandemia que nos acomete não tem um culpado específico, ou até agora não temos prova da culpa de ninguém específico.
Há porém culpados sim pela forma como ela está sendo enfrentada no Brasil.
Nunca é demais lembrar que o Estado é uma criação do próprio homem. Criamos o Estado e com ele o Estadista.
O Estadista é o gestor maior do Estado e o faz através de uma procuração dada pelo povo.Tem o dever de agir sempre - repito: sempre, buscando o melhor para seu povo.
Ao que parece não é isso que ocorre no Brasil.
Qual é o plano de enfrentamento da pandemia apresentado pelo executivo federal?
Nenhum!!!
Absolutamente nenhum.
Ou alguém acha que aplicar Cloroquina é um plano.
Qual o plano apresentado pelo Governo Estadual e/ou Municipal para enfrentar os problemas econômicos decorrentes da pandemia?
Nenhum!
Sei que os problemas enfrentados são inéditos e de difícil solução, mas precisamos que nossos gestores comecem a ser um pouco mais como Cândido.
É necessário começarmos a agir e ajudar Deus.
Precisamos começar a pensar em qual sociedade queremos ter depois dessa pandemia.
Se pensarmos individualmente temos apenas esperança, mas se começarmos a pensar coletivamente temos sonhos.
Eu acredito em sonhos, pois quantos de nós já não realizou sonhos que pareciam impossível.
Sonho da casa própria.
Sonho da formatura do filho.
Sonho da festa de casamento.
Como disse no início, me considero otimista e acredito no povo e, mais ainda, no povo que sonha junto.
Marcos Viana é empresário em Cuiabá.
Comentários