O Salvador da Pátria
Hoje falaremos sobre a busca incessante pelo “salvador da pátria”, algo que as empresas precisam superar, isso mesmo, aquela mania incessante de buscar por soluções mágicas, ou seja, encontrar aquele profissional que terá em um passe de mágica a solução para todos os problemas da empresa.
Aquela indicação, aquele currículo: “você vai ver, fulano vai resolver nosso problema!”
Triste ilusão. E sabe por que essa crença existe e se repete tanto?
Porque tem uma gama de profissionais que acreditam ter esse poder todo, acreditam que são absolutos no que fazem, e aceitam o trono do poder que lhes é oferecido, pois esse poder é lindo, os vislumbra, e é altamente convidativo ser chamado a ocupá-lo, porém vale lembrar que ele é uma ilusão, já que na verdade se trata da cadeira elétrica, na qual o único fim certo é a morte profissional, pois usando uma ilusão como verdade, ela não se sustenta
Quantas vezes vemos isto se repetir na vida, seja pessoal, seja no mundo dos negócios.
Na vida pessoal aquele pessoa incrível, perfeita, que com o tempo vira sapo, vira bruxa. Um pesadelo.
No mundo dos negócios, situações como essa: Johan foi contratado para o cargo de diretor executivo do grupo, currículo incrível, inclusive com experiências em algumas multinacionais. Era tudo que a empresa precisava, conhecia de tecnologia profundamente, com vasta experiência no mercado financeiro e no ramo, do qual havia sido contratado, era o que o negócio precisava, já que o grupo de empresários reconhecia ter ficado um tanto obsoleto e atrasado no quesito inovação.
Após quase dois anos e vários talentos perdidos, projetos fracassados não aderidos pela equipe, Johan foi mais um dos profissionais que pela cadeira do poder acabou fracassado. Engolido pela cultura local, pelo time desvalorizado em seu conhecimento e potencial, considerado ultrapassado.
Mais um... que passou e foi embora com a fama de: “Só fez cagada...” fortalecendo o ciclo do vitimismo da falta de equipe e do vilão que: Graças a Deus foi embora, contratado para brilhar no concorrente ou outro negócio qualquer, empresa, que provavelmente já evoluiu na busca insana pelo salvador da pátria que situou aquele profissional sobre ser ele um ótimo profissional real, nada de ser iluminado e com poder de operar milagres.
E assim seguem algumas empresas com este mal instalado, adoecidas, pálidas, desesperançadas. Algumas chegam a padecer de fato, triste.
A cura? A cura é lenta, dolorosa e trabalhosa e chama-se: assumir responsabilidades, focar no trabalho, e uma grande dose de liderança. Mas essa forma exige muito trabalho duro e dor, pois é lidar diariamente com o reconhecimento, por parte de muitos empresários e líderes, de suas limitações, eles mesmos, os que se julgaram e se julgam durante tanto tempo tão perfeitos e empoderados.
Sim! Por isso dói. E nem todo mundo está preparado para de fato trabalhar em equipe, essa palavrinha tão banalizada tem muita ação, muito trabalho de humildade, autoliderança dentro de si mesmo, principalmente por parte daqueles que lideram... ééé.... e é duro, muito duro e difícil para estarem dispostos! Mas se é assim, é porque vão querer mudar, pois todos sem nenhuma exceção querem resultados, mas antes terão que sofrer muito até perceberem que, este resultado extraordinário só existe quando todos se juntam em suas forças para suprirem as limitações uns dos outros, se tornam um, uno, Equipe, e ali talvez o trono lhe seja dado, porém um trono digno de fato, autorizado, eleito, validado, e isso de longe é o mais importante, e é justamente isso que o faz de fato ser um trono de verdade e não uma ilusão.
Cynthia Lemos é Psicóloga Empresarial e Coach na Grandy Desenvolvimento Humano. Especialista no Desenvolvimento de Líderes e Empresas tem a missão de: Expandir a Consciência e Gerar Ações Transformadoras - para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos. E-mail: cynthia@grandy.com.br
Comentários