Ser professor é sacerdócio

Infelizmente a educação em nosso país, tem sido tratada pelos governantes (leia-se) Federal, Estadual e Municipal, com maior descaso possível. Em nosso Estado, a coisa está pior, em função de uma greve dos professores, que se arrasta, por 65 dias. Em se tratando da educação em nosso Estado; hoje 15 de outubro, dia em que se comemora o Dia dos Professores. Aqui, não temos nada para comemorar, pois a referida greve penalizam os próprios professores e, os 430 mil alunos que estão sem aulas.

Para falarmos da educação em nosso país, teremos que nos reportar ao tempo do Brasil Império, período da história brasileira iniciado com a Proclamação da Independência em 1822 e encerrado com a proclamação da Republica em 1889 ficou conhecido como Brasil Império.

Foi nesse período em que em 1827, D. Pedro I imperador do Brasil institucionalizou o Ensino Elementar no Brasil. Este decreto, além de falar do ensino elementar em todo o Brasil, falava também de salário dos professores e até como os professores deveriam ser contratados. Mas, somente em 1947 que a data foi oficialmente criada e dedicada aos professores.

O dia 15 de outubro data em que se comemora em todo o país, o dia dos professores; quando falamos dessa data tão importante, vem em nossas mentes, aquele tempo em que os nossos mestres eram tratados de forma diferenciada, com respeito, carinho e admiração pelos nossos alunos, tanto, que nessa data, levavam para os professores, presentes e, mais do que isso respeito e carinho.

Infelizmente, hoje em nosso país os nossos mestres são tratados como se fossem, verdadeiras mercadorias, ou objetos inanimados, e estão, a mercê da vontade de algumas pessoas, que se intitulam os verdadeiros donos da razão e, que de certa forma, estão jogando a última pá de cal em nossa educação, como se a mesma, não fosse à norteadora de ensinamento, e lições de amor.

Pegando esse gancho, nos idos dos anos 70, eu estudava na antiga Escola Técnica Federal de Mato Grosso, hoje denominada, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), pois bem, eu sempre fui um aluno tímido, raquítico, franzino e parecia mais um bicho do mato, em função da criação a qual fui submetido.

No período, em que se comemora o dia dos professores, era comum nas comemorações algum tido de reunião entre pais, alunos e professores. Eis que, a minha saudosa professora Dunga Rodrigues, em um universo de aproximadamente 35 alunos em sala, escolheu a mim, para declamar uma poesia, no dia dos professores no ginásio de esportes, falávamos na época quadra. Fui tomado de surpresa, afinal, eu era um aluno sofrível, porém muito humilde e vergonhoso; cheguei a minha casa, contei para minha mãe e, disse mãe estou com medo de declamar, ela me incentivou, vai lá você consegue, ai li tanto, que acabei gravando a poesia que era assim.

“Nossa escola é um jardim, as classes são os canteiros, as crianças lembram flores, e os mestres os jardineiros; antes de entramos para a escola éramos simples botões, mais o saber tansformou-nos em risonhas florações; do céu a planta recebe luz, chuva e calor, neste jardim recebemos conselhos e lições de amor”, não pensem vocês, que copiei isso, ou que guardei em um disquete, naquela época nem computador existia, ficou gravado em minha memória para sempre; sei que hoje isso é démodé mais não me importo, pois para mim teve um significado muito especial, pois marcou a minha vida.

Por essa e, por outras, que iniciei a chamada “ser professor é um sacerdócio”, pois isso, só depende da visão de cada um. Quero aproveitar a oportunidade, para pedir encarecidamente aos nossos Governantes assim como ao Sintep, para que ambos possam usar o bom senso e, colocar fim a esta greve, que penaliza a todos indistintamente.
Parabéns professores, por este dia tão importante.

Professor Licio Antonio Malheiros, Geógrafo e Pós-graduado em Didática do Ensino Superior (liciomalheiros@yahoo.com.br)