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Opinião
Quinta - 13 de Agosto de 2020 às 20:05
Por: Renato Gomes Nery

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Quando vejo os aviões anfíbios apagando o impiedoso fogo que abate sobre o nosso Pantanal, constato, com alegria, quanta coisa a tecnologia fez e faz para minorar a nossa vida.

Tarefa esta, dificultada pela longa estiagem o que resultou no baixo nível das águas. Aliado a outros meios de debelar incêndio, não se trata de voos românticos ou mesmo utilitários, mas de voos que salvam vidas de animais e árvores, impedindo a destruição do nosso bio-sistema.

Os tais aviões são uma maravilha da tecnologia, pois abastecem seus tanques de dez ou doze mil litros de água com um simples planar de sucção sobre rios e lagos. E daí partem para sua missão de efetivamente extinguir as fogueiras acidentais ou criminosas que prometem transformar em cinza o que há melhor no Brasil: a flora e a fauna.

O resto da destruição, com o impiedoso desmatamento e garimpos ilegais, fica a cargo da irresponsabilidade de posturas e políticas obtusas. É incrível que a catástrofe somente não é maior por que a vigilância internacional está intervindo severamente com promessas de retaliações. Enfim, sem tutela, nós, os vira-latas brasileiros, somos capazes de atear fogo nas próprias vestes.

Quanta coisa a tecnologia fez e faz para minorar a nossa vida

O acima exposto, fez me lembrar dos hidroaviões. O que era um hidroavião? Eram aviões de passageiros do início da história da aviação que aterrissavam em pistas aquáticas construídas com esta finalidade. Eles tiveram vida curta, pois prevaleceu a aterrisagem em pistas terrestres.

- A vantagem era que não precisarem de pistas de concreto, longas e caras. Durante a guerra, no entanto, construíram-se muitas delas, em várias partes do mundo, a fim de receber bombardeios pesados, e o diferencial se perdeu-.

O curioso é foram fabricados apenas doze hidroaviões: seis Boengs - B-314 e outros seis no modelo B-314A.

- Depois do conflito, o B-314 se tornou dispendioso e todos os exemplares viraram sucata ou forma destruídos.

Não resta mais nenhum desses grandes aviões de passageiros em qualquer parte do mundo –

O trecho acima, foi extraído do Livro Noite Sobre as Águas – Ed. Arqueiro-216, pag. 430 – do grande escritor contemporâneo Ken Follet, autor de vasta obra histórica de ficção, que descreve a história misturando personagens reais e outras criadas por ele na narração histórica.

Neste livro é contada a trama vivida pelos passageiros do hidroavião Cliper da Pan América que partiu, durante a 2ª Guerra Mundial, da Inglaterra para o EUA. Um livro para quem gosta de uma boa história de suspense bem contada para espantar a impiedosa e tediosa rotina deste período tão complicado.

Renato Gomes Nery é advogado.



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