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Opinião
Segunda - 28 de Novembro de 2011 às 00:16
Por: Juacy da Silva

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Todos os países que em algum momento da história exerceram ou exercem hegemonia no contexto internacional tem cinco características em comum e projetam poder através da religião, da educação e cultura, de uma economia pujante, vanguarda nas áreas da ciência e tecnologia e pela efetividade de suas forcas armadas.  Isto demonstra que para um país se desenvolver e projetar poder ao redor do mundo é fundamental que disponha dessas dimensões de forma integrada, articulada e atuando de forma harmônica.

No entanto, é através da educação que três das características ou dimensões referidas de fato surgem e criam as condições para que esses países sejam alçados a categoria de potências ou superpotências. O desenvolvimento de um sistema educacional eficiente, efetivo e eficaz é condição “sine qua non” para que ocorra o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico e de forças armadas que estejam em condições de defenderem interna e externamente os interesses e objetivos nacionais permanentes do país.

Tendo esses aspectos em mente podemos analisar de forma mais clara e objetiva o papel da educação em geral e do ensino superior em particular, ou seja, qual o papel da universidade no contexto do desenvolvimento histórico, cultural, militar, econômico, científico e tecnológico dos EUA e sua trajetória até atingir a categoria de superpotência.

As três mais antigas universidades americanas datam de 1636 (Harvard); 1693 (William & Mary) e 1779 (Pennsylvania), onde foi criada também a primeira escola de medicina nos EUA. Ao longo de quase quatro séculos a organização e características da educação superior americana passaram por diversas formas até que após a segunda guerra mundial a mesma tomou o formato que atualmente se apresenta.

A educação superior na América, da mesma forma que o restante do sistema educacional é bastante descentralizado, cabendo ao poder público, através da União, dos Estados e condados um papel fundamental e a iniciativa privada um papel complementar.

No atual ano letivo estavam matriculados no ensino superior 19,7 milhões de alunos; em torno de 4,4 milhões a mais do que em 2001. Do total de alunos 11,2 milhões eram do sexo feminino e 8,5 milhões do sexo masculino; 12,2 milhões eram estudantes em tempo integral.  Cabe também ressaltar que 6,9 milhões de alunos estavam matriculados em “community colleges”, 14,6 milhões em estabelecimentos públicos e 5,1 milhões na rede particular. Em 2009 dos alunos que concluíram o ensino médio 70,1% tiveram acesso ao ensino superior.

Em termos de composição étnica/racial, entre 1980 e 2009, nota-se uma maior participação dos grupos considerados minoritários no ensino superior. Os brancos reduzem a participação de 82,6% para 62,3%,enquanto os negros aumentam de 9,4% para 14,3%; os latinos de 3,5% para 12,5%; os indígenas (nativos) de 0,7% para 1,0% e os estudantes estrangeiros de 2,0% para 3,4%.

Mesmo que alguns críticos tentem demonstrar que os EUA estejam em decadência, as universidades americanas continuam atraindo centenas de milhares de estudantes estrangeiros. No corrente ano letivo os mesmos totalizam 723,3 mil, sendo que a China é responsável por 23%; a Índia por 14%, a Coréia do Sul 10%; o Canadá 8%; Taiwan 7%; Arábia Saudita e Japão 6% cada, Vietnã 3, 8% e o Brasil com 1,7%. Em torno de 60% dos estudantes estrangeiros estão matriculados em cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

O interessante é que mesmo sem quotas as chamadas minorias têm aumentado sua participação, estimando-se que dentro de uma ou no máximo duas décadas esses grupos minoritários tenham acesso ao ensino superior proporcional ao peso específico que cada um tem no total da população.

O grande desafio é que o sistema educacional de nível elementar e médio consiga superar o diferencial de qualidade que ainda existe entre universidades em relação às diferenças estaduais, possibilitando também  que os estudantes oriundos de grupos minoritários ou dos extratos mais baixos da sociedade tenham condições de competir por espaço no ensino superior. O número de alunos de graduação passou de 10,5 milhões em 1980 para 17,6 milhões em 2009 e de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) de 1,6 milhões para 2,9 milhões

Em uma próxima oportunidade abordarei o papel da universidade no desenvolvimento da ciência e da tecnologia e sua relação com o mundo empresarial e as instituições militares.

De uma coisa podemos ter certeza, mesmo em meio a uma profunda crise que o país enfrenta o papel da universidade em gerar novos conhecimentos, posicionar-se no contexto da inovação e criação de novos produtos ainda continua fundamental para o futuro do país.

JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, Ex-Diretor da ADUFMAT, Ex-Ouvidor Geral de Cuiaba,  mestre em sociologia, 

Blog www.justicaesolidariedade.zip.net 

Email professor.juacy@yahoo.com.br.



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