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Opinião
Quarta - 07 de Outubro de 2020 às 10:00
Por: Ramiro Azambuja

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A safra de milho 2019/2020 é recorde em Mato Grosso. Um crescimento de aproximadamente 11% em relação à safra anterior, com produção de 35,45 milhões de toneladas do grão.



Mas eu não quero falar aqui das expectativas agrícolas, apesar das vantagens para os produtores, especialmente com a alta do preço do cereal nas últimas semanas. Importante é analisarmos o contexto e o que esse cenário traz de benefícios para a economia de Mato Grosso, em todos os segmentos.



Recentemente entrou em operação uma usina de etanol de milho em Nova Mutum, projeto que tivemos a honra de idealizar e executar. Ela é uma das 13 empresas do setor em operação no estado, tem capacidade de produzir 320 milhões de litros de etanol por ano e já projeta dobrar a planta da fábrica. A mesma empresa também inaugurou uma unidade em Sinop, que vai moer 1 milhão de toneladas de milho por ano, e tem outra unidade em Lucas do Rio Verde.



Em cada uma dessas usinas são gerados, em média, 280 empregos diretos. Isso movimenta a economia da região e o efeito positivo é em cascata. Com emprego as pessoas podem comprar no comércio, podem investir, realizar o sonho da casa própria, comprar ou trocar de carro e assim por diante.



Mato Grosso está consolidando a verticalização da sua economia e deixando de ser um estado produtor primário para agregar valor à riqueza que sai do campo. Em 2019 foram produzidos 1,2 bilhão de litros de etanol de milho e a expectativa é que a produção chegue a 2,6 bilhões de litros esse ano. Isso é mais que o dobro. Um crescimento exponencial que representa o que é a força e pujança da nossa economia.



O etanol de milho é uma fonte de energia renovável, com alto valor na cadeia produtiva. Além disso, o milho tem aproveitamento total do grão. Pode virar óleo de milho para o biodiesel; farinha de milho com alto potencial proteico para fazer parte da composição nutricional do plantel bovino, suíno e de peixes de Mato Grosso; gerar energia elétrica. E estamos falando apenas de milho. Ainda temos soja, algodão, carne e um potencial sem fim para industrializar e crescer.



Os números de Mato Grosso nos diferem do resto do país porque o nosso potencial é único. Com a verticalização da economia, a riqueza do campo vai se refletir cada vez mais na cidade e precisamos estar preparados para potencializar esse reflexo na região onde atuamos e aproveitar todas as chances que surgirem.



Temos muito orgulho de ter ajudado esse projeto do etanol a virar realidade e temos certeza que novos capítulos transformadores virão pela frente. Quando eu digo que devemos nos preparar, isso não significa só a nossa empresa ou área de atuação. Significa que será necessário conhecimento para ocupar as vagas de mão de obra qualificada que surgirão, novas soluções comerciais e empresariais, novos produtos no comércio e até mesmo itens e serviços que ainda nem sabemos que existem, mas que vão ter mercado para serem consumidos. Só nessa pequena lista estamos falando de oportunidades para as áreas de educação, tecnologia, alimentos, vestuário, varejo e por aí vai.



Não tenho dúvida que o setor imobiliário vai crescer em decorrência dessas ações, com novas demandas e projetos cada vez mais exigentes. Acreditamos e investimos nas grandes regiões produtoras porque sabemos que o futuro, ali, está apenas começando. Todos os segmentos econômicos que estiverem atentos às oportunidades podem – e devem - agregar valor aos seus negócios. A hora é agora!



Ramiro Azambuja
Diretor-presidente da EMHA Construtora e Incorporadora



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