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Opinião
Segunda - 12 de Outubro de 2020 às 08:44
Por: Rosana Leite Antunes de Barros

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Será que o mundo está a aprender o que as situações e o cometimento dos crimes estão a ensinar? A mídia tem mostrado, todos os dias, homens expostos e condenados por suas ações, principalmente, quando os assédios acontecem.

Alguns deles, além de perderem a posição alcançada no mercado de trabalho, perderam, também, a liberdade.

Roger Abdelmassi, conceituado médico de reprodução, sendo o pioneiro da fertilização in vitro, conheceu muito mais que o sucesso profissional, passando a ser o médico preferido das celebridades sobre o assunto.

Todavia, todo o seu conhecimento não o livrou de responder a inúmeros processos pelo cometimento de delitos sexuais contra as suas pacientes, que, quando o procuravam, tinham a esperança de realizar sonhos. Ele abusou, a muitas lesionou, e encontrou na condenação o fim dos seus dias, com mais de 173 anos de reclusão.

Bill Cosby, renomado ator e humorista americano que a muitos e muitas fez sorrir, a outras causou todos os tipos de traumas, por conta dos delitos sexuais cometidos por ele. Segundo narrado por algumas fãs que o procuravam, os flashes da memória as faziam lembrar de algumas coisas. Contam que recebiam bebida por ele ofertada e que ficavam “entregues” e sem reação. Lembram que ele se aproximava e começava a abusar sexualmente delas. Claro, foi descoberto, após mais de sessenta mulheres buscarem por justiça. A imagem que ficou selada é do abusador, jamais do ator e comediante.

João de Deus: o que dizer desse homem? Como tantos narrados pela história, se utilizou da crença no Pai Superior, e cometeu abusos sexuais contra inúmeras mulheres.

No princípio, quando começaram a falar que os atendimentos por ele ofertado eram diferentes para mulheres, as dúvidas surgiram. Claro, o seu local de atendimento era conhecido como santo, de peregrinação e milagres. Abadiânia/GO jamais fora a mesma, já que conhecida internacionalmente pelas curas por ele professadas.

Até as mulheres mais próximas e familiares não foram poupadas. Assediou, estuprou, lesionou, traumatizando-as infinitamente. O resultado foi o esperado: condenado por pelo menos 40 anos de reclusão.

José Mayer, ator bastante conhecido nacionalmente, teria feito história na TV brasileira. Todavia, o desrespeito à uma mulher o fez perder a credibilidade alcançada por anos a fio. Ao conceder entrevistas ou atuando como ator, jamais seria possível imaginar que agiria a assediar alguma mulher. Em determinado dia, uma jovem que trabalhava na mesma emissora de TV informa que o ator havia colocado a mão em sua genitália. Se esquivado uma primeira vez, o ator faz uma segunda tentativa. Quando a vítima nega querer manter qualquer tipo de relacionamento, é chamada de “vaca” por ele. Sim, aquele ator bastante elogiado perde o contrato milionário com a emissora de TV.

PC Siqueira, conhecido youtuber com milhares de pessoas a lhe seguir, comentou em vídeos e áudios que havia recebido de uma fã fotografias de sua filhinha de 06 (seis) anos nua. Ele, que era formador de opinião, que estava a criticar tantas pessoas, cometendo delito tão grave. Claro, na atualidade perdeu todo o crédito dantes conquistado, e passou a ser investigado por abuso sexual de criança.

Ricardo Japinha, baterista do grupo CPM 22 também sentiu com as suas ações. Em junho do corrente ano viu a sua carreira dentro da renomada banda de rock interrompida ao trocar mensagens com uma fã de 16 anos. Não houve perdão. A conversa chegou ao conhecimento da mídia e muitos comentários contrários surgiram. Foi, então, expulso da referida banda. Líder do CPM 22, Badaui foi enfático: “Conduta não condiz com o que acreditamos”.

Trazer esses exemplos de pessoas que agiram de forma desrespeitosa e criminosa, traz a reflexão de que, de fato, os tempos são outros. Nada mais ficará escondido como antigamente. Não é possível aceitar a objetificação da mulher. Não há complacência ou tolerância! O mundo não está a suportar aqueles que teimam em não entender que vivemos outros tempos...

Ah, antes que esqueça: a culpa não é delas!

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.



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