Questões ambientais e desigualdades Ideia é que empresários comecem a se manifestar sobre a condução da agenda democrática no país
Na edição deste domingo, no Caderno “Eu e fim de Semana”, do Jornal Valor Econômico, levantou-se algumas questões muito disruptivas: os paradigmas ambientais e as desigualdades sociais.
São paradigmas mundiais. Mas foram trazidos para o Brasil pelos entrevistados, empresários de ponta ou dirigentes classistas. Nenhum político foi ouvido. Por razões óbvias: entre elas o atraso mental!
A matéria tem o título “Líderes empresariais veem democracia em recessão e criticam Bolsonaro”.
Destaco uma frase simbólica do conteúdo: “Espero que as elites, a academia e as associações da sociedade fiquem atentas para não deixar esse processo evoluir”.
A ideia é que empresários e executivos no Brasil começam a se manifestar sobre a condução da agenda democrática no país.
Foram ouvidos líderes de grandes corporações como Magazine Luiza, por exemplo. Todos estão conscientes de que a imagem do Brasil neste momento está amarrada em dois paradigmas mundiais.
O primeiro, a questão ambiental, iniciada há muitos anos e até agora sem respostas eficientes que deem ao mundo garantias. Os efeitos já começaram a ser sentidos no plano econômico. Exemplo: a paralisação do acordo econômico entre o Mercosul e o bloco da União Européia, por desconfianças da área ambiental no Brasil.
Na prática os europeus e o mundo esperam garantias brasileiras de uma política ambiental não ideológica e realista. Os riscos para o Brasil são enormes. O mundo pode nos boicotar.
Os incêndios na Amazônia foram determinantes a partir de 2019. Este ano no Pantanal. O que se vê são reclamações sobre a soberania do Brasil nessas regiões. Mas não se fala em nenhum momento numa profunda política econômica, social, ambiental e social. Nada definitivo sobre o futuro. Nem sinais de estratégia!
De outro lado, as desigualdades sociais no Brasil, particularmente, estão na mira do mundo. Na mesma edição do caderno “Eu e Fim de Semana”, a ex-CEO no Brasil da gigante francesa da moda, Lacoste, Rachel Maia, deixou a empresa com um projeto social claro: “empoderar negros e sensibilizar brancos”, diz ela.
O tema é a gradual, mas rápida quebra das desigualdades no Brasil, a começar das raciais. O mundo inclui desde já esse tipo de atitude entre as barreiras de ordem econômica em relação ao Brasil.
Voltarei ao assunto numa série de artigos a partir de amanhã.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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