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Opinião
Segunda - 23 de Novembro de 2020 às 07:06
Por: Licio Antonio Malheiros

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O mundo moderno do século XXI infelizmente ainda vive racismo exacerbado, em função de um processo histórico que modela a sociedade até hoje. Mesmo, os habitantes da Terra sendo formados por 54% de negros; ainda assim, eles sofrem até hoje: preconceito, submissão, exploração, diminuição de seus valores, até chegar aos casos extremados a morte dos mesmos, por intolerância, desinteligência, prepotência e arrogância por parte de alguns.

Falar de racismo em nosso país vem se tornando uma constante, porém na prática a coisa acontece de forma diferenciada, motivadas por alguns acéfalos, que em função da cor da pele, acabam se achando melhores e mais importantes, que os de pele negra, desta forma acabam os atingindo verbalmente e em alguns casos de forma mais acintosa e preconceituosa, acabam os levam à morte.

A punição desses boçais deveria ser exemplar

Por mais que o debate e o combate ao preconceito racial tenha evoluído, através da criação de novas leis e políticas públicas quanto a conscientização sobre como o racismo integra a organização econômica e política das sociedades, toda essa discussão tem como caminho, buscar à democracia racial.

Tanto se fala em racismo estrutural, uma estrutura social que possibilitou a manutenção do racismo ao longo da história, inclusive no Brasil pode ser contada a partir das próprias leis do país, por incrível que pareça algumas dessas leis são da época em que os negros eram escravizados, é claro que novas leis surgiram.

Exemplo disso, é a própria Lei Áurea, de 1888, o Brasil foi o último país das Américas a aderir à libertação das pessoas escravizadas, a população negra que aqui vivia se viu livre, porém sem opções de emprego e educação.

Voltando ao século XXI, as intenções com relação ao racismo foram ótimas, sendo criado o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no Brasil, em 20 de novembro, criado em 2003 como efeméride incluída no calendário escolar, sendo oficializada em âmbito nacional mediante a lei nº 12 519, de 10 de novembro de 2011.

A minha narrativa cai por terra, no momento em que; na véspera de comemorarmos o dia da Consciência Negra (20), no dia anterior, em um supermercado Carrefour em Porto Alegre, um homem negro foi espancado e morto por dois homens brancos.

Esse homem negro tem um nome, uma família, uma identidade um CPF, que o nomina como João Alberto Silveira Farias, de 40 anos, este homem foi violentamente espancado, na verdade torturado, por dois monstros, que o levou à morte, eles ainda, se intitulam humanos.

O primeiro, o policial Militar Giovani Gaspar da Silva, 24 anos, o segundo, Magno Braz Borges, de 30 anos, segurança da loja, toda bestialidade praticada por esses senhores, foi devidamente gravado, são imagens fortes, momento em que, os dois o espancava como se batessem em um animal, que já seria errado, imaginem vocês em um ser humano, o mesmo, já estava imobilizado, mesmo assim, continuaram batendo sem dó e piedade, sabendo que poderiam levá-lo à morte, como de fato aconteceu.

Mesmo os populares que assistiam o ato covarde e insano, praticado por parte desses monstros, eles pediram piedosamente que cessassem o espancamento, sob pena de leva-lo à morte; eles, nem ligaram tinham sangue nos olhos movidos pelo ódio no coração, essa bestialidade por parte de alguns, infelizmente em nosso país, vem se tornando uma constante, principalmente se tratando de negros.

A punição desses boçais deveria ser exemplar, os mesmos foram enquadrados no Decreto-Lei 2.848/40 em homicídio qualificado, é aquele cometido em circunstâncias que o torna, crime mais grave qualificado de homicídio por motivo fútil, praticado de forma cruel covarde utilizando de tortura.

Licio Antonio Malheiros é geógrafo



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