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Opinião
Terça - 23 de Fevereiro de 2021 às 06:19
Por: Karina Luckmann

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Sabemos que as farmácias são a porta de entrada e o primeiro acesso da população aos serviços de saúde. Isso é uma realidade que pode ter inúmeras causas, dentre as quais podemos destacar a alta capilaridade que as farmácias possuem, chegando em localidades muitas vezes esquecidas pelo poder público.

Outra causa que podemos destacar é a própria dificuldade e/ou falta de ineficiência de alguns gestores públicos que não conseguem oferecer para a população uma cobertura de atendimento ágil e eficaz.

Esses fatores, somados a outros, fazem com que grande parte da população ao precisar de atendimento ou serviço de saúde, procure uma Farmácia, com o objetivo de buscar tratamento ou aliviar sua dor. Essa realidade brasileira torna o Farmacêutico um profissional extremamente importante e fundamental no cuidado à saúde da população.

Sendo assim, procuramos primeiramente a farmácia pois é ali que temos atendimento de fácil acesso, visto que muitas vezes o atendimento médico é demorado e custoso, então encontramos no farmacêutico um profissional qualificado para identificar corretamente nossas necessidades e fazer os encaminhamentos conforme a gravidade do caso apresentado, evitando assim que haja automedicação e uso incorreto dos medicamentos.

O consumo de medicamentos autoindicados sem a devida orientação do farmacêutico, dentre estes medicamentos que são isentos de prescrição destaco a compra de analgésicos/antitérmicos, antigripais, anti-inflamatórios e fitoterápicos associado ao uso de medicamentos de uso contínuo como os anti-hipertensivos, antidiabéticos, diuréticos e o anticoagulantes, é uma prática extremamente prejudicial e coloca em risco não só a saúde da própria pessoa como também todo o sistema de saúde, que pode vir a se sobrecarregar ainda mais, devido a complicações de doenças tratadas de forma errada sem a devida orientação, doenças não tratadas e ainda por problemas causados pelos medicamentos tomados por conta própria.

Esta prática é comum entre os idosos, pois na maioria das vezes o médico apenas prescreve o medicamento sem dar a devida orientação em relação ao uso correto, podendo trazer prejuízos na saúde em decorrência por exemplo de interações medicamentosas mais graves.

De acordo com dados do SINITOX, no Brasil, levando em consideração as notificações feitas, o maior causador de intoxicação é justamente o medicamento. Portanto, o uso indiscriminado de medicamento, em qualquer situação causa um dano irreparável no sistema de saúde (seja ele público ou privado) de um país, colocando em risco a saúde de todos. Essa problemática se agrava ainda mais nesses tempos em que vivemos uma das maiores crises de saúde da humanidade, que é a pandemia da COVID-19.

Toda essa conjuntura destaca a importância do Farmacêutico como sendo o profissional mais competente para orientar e informar sobre a duração do tratamento, posologia, mecanismos de ação, reações adversas, contraindicações e interações, cabendo também a ele orientá-lo a consultar o médico caso os sintomas persistam. Assim, o farmacêutico oferece maior segurança ao paciente durante a terapia medicamentosa.

No entanto, qualquer medicamento, por mais inofensivo que aparente ser, pode acarretar gravíssimas reações indesejáveis. Riscos são comuns com o uso destes produtos. O que evita, ou diminui os riscos advindos do seu uso é a orientação farmacêutica.

Não use medicamentos sem antes consultar um Farmacêutico, ele é essencial para manutenção, proteção e melhoria da saúde da população.

*Karina Luckmann é farmacêutica e ouvidora do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso.



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