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Opinião
Terça - 02 de Março de 2021 às 09:57
Por: Onofre Ribeiro

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Morreu nesta segunda-feira, aos 93 anos, o ex-governador Frederico Campos. Mais uma vítima da covid 19.

Conheci o Doutor Frederico em 1976, quando ele era secretário de Viação e Obras Públicas na gestão do governador Garcia Neto. Sobrinho do general Dilermando Monteiro, comandante do 2º. Exército, com sede em São Paulo. Por influência do tio, foi indicado como o primeiro governador de Mato Grosso após a divisão. Tomou posse em 15 de março de 1979.

A sua história pessoal será contada no futuro e lhe fará a justiça indispensável. Mato Grosso fora dividido em outubro de 1977, com a separação física e política a partir de 1º. de janeiro de 1979. A Lei Complementar 31/77 que regulou a separação das regiões norte e sul, para criar os estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, não entrou nos detalhes da complexa divisão.

O governador Frederico Campos foi a Brasília uma infinidade de vezes e, por vezes, voltava arrasado com a falta de perspectivas

Havia que se dividir além do território, dívidas, patrimônio, funcionalismo público, atribuições, etc. A lei era genérica e veio no fim do mandato do presidente Ernesto Geisel. O substituto, João Baptista Figueiredo recebeu o país em crise e não se sentia obrigado a resolver as pendências deixadas. Especialmente as dívidas anteriores debitadas só ao velho Mato Grosso.

Aqui entra o papel importantíssimo de dois homens: o governador Frederico Campos e o professor Aecim Tocantins, representante de Mato Grosso na Comissão Especial da Divisão, criada para conduzir as tratativas administrativas.

O governador Frederico Campos foi a Brasília uma infinidade de vezes e, por vezes, voltava arrasado com a falta de perspectivas. O governo Figueiredo não se sentia obrigado a manter compromissos do antecessor Geisel. A divisão era um negócio muito caro. Frederico Campos lutou desesperadamente pra resolver essas pendências geradas pela divisão e dar um futuro a Mato Grosso.

No fim deu tudo certo. Mas não teria dado se não fosse a sua persistência e o apoio da então bancada federal que era de qualidade muito melhor do que nos dias atuais. Se fosse hoje...!

Júlio Campos sucedeu ao Doutor Frederico Campos e fez um grande governo de obras, baseado nas finanças saneadas e na estrutura administrativa enxuta que encontrou. Doutor Frederico parte, mas deixa uma história digna na política. Merece respeito imenso dos mato-grossenses. Foi um homem que ocupou muito bem os espaços do seu tempo. Os meus respeitos, Doutor Frederico!

Onofre Ribeiro é jornalista em Cuiabá



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