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Opinião
Sábado - 20 de Março de 2021 às 06:52
Por: Flávio Stringueta

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Recebi com muita tristeza as afirmaçõe do Procurador Geral do MPE/MT. A maior tristeza foi com relação ao desprezo do Procurador Geral, que tentou justificar o "vale/auxílio Covid" com uma afirmação que passa do ridículo, parecendo até que não seria inteligente o bastante para perceber isso, senão vejamos.

No artigo anterior, vendo a indignação da sociedade mato-grossense e brasileira com mais uma benesse aos doutores da lei do MPE/MT, eu apenas reproduzi o que muitos queriam falar. Os doutores da lei, segundo o Portal Transparência, não recebem menos de 40 mil reais por mês. E passarão a receber mais para cuidarem da saúde, mesmo estando trabalhando em "home office", ou seja, em casa.

O Procurador Geral do MPE disse que é "muito normal" isso, e citou que diversas empresas privadas até pagam coisas parecidas, inclusive planos de saúde a seus funcionários.

Ora, ora, ora. Não consegui acreditar em tamanha bobagem saída da boca de alguém que deve ter certa inteligência, pois isso é preciso para passar em concursos públicos, até mesmo do MPE.

Ora, ora, ora novamente. O senhor Procurador Geral do MPE não consegue perceber a diferença gritante entre a iniciativa privada e o MPE? Vou ajudá-lo então. Senhor Procurador Geral, o dinheiro da empresa privada é dela, ela faz o que bem entende dele. O dinheiro do MPE é público, você não pode fazer o quer dele. Preciso desenhar para vossa excelência?

O apelo que fiz no artigo anterior não foi compreendido pelo MPE/MT. Vou lembrá-los. Desafio algum de seus membros que mostre sua própria indignação, igual à indignação social, em público. Não acontecerá, aparentemente.

O que deveremos esperar de uma instituição que senta na própria imoralidade e aponta os dedos para as imoralidades dos demais? Podemos acreditar na imparcialidade dessa instituição? Devemos respeitá-la? As respostas que eu tenho vou guardar para mim, para deixar cada um de vocês interpretar com seu sendo de justiça, moralidade e ética.

A cada nova imoralidade que vejo nos noticiários, fico mais indignado. O meu copinho da indignação está cada vez mais diminuindo. As gotas que o farão transbordar o enchem mais rápido.

Não quero deixar uma sociedade pior do que a que recebi para os meus filhos e netos, por isso estou saindo da indignação para a ação. Convido todos a me acompanhar e criticar a "pouca vergonha" que vemos diariamente no nosso estado e no Brasil.

Não sou desafeto do MPE/MT. Tenho muitos amigos lá. Mas não suporto essa hipocrisia dessa instituição que está se pregando como moral diante de tanta imoralidade reconhecida pela sociedade de bem.

Que Deus nos ajude.

FLÁVIO STRINGUETA é delegado da Polícia Civil em Mato Grosso e atua na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).



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