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Opinião
Quinta - 13 de Maio de 2021 às 05:06
Por: Luis Köhlerv

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Os farmacêuticos que estão na linha de frente contra a pandemia do coronavírus merecem ser valorizados por seus esforços, pois em nenhum momento deixaram de atender os pacientes que estavam em busca dos medicamentos para o tratamento da Covid-19.

As equipes de saúde já correm riscos ao exercer suas atividades, essa realidade se agrava com a propagação da pandemia. “Muitos farmacêuticos faleceram nesta pandemia, porém não abandonaram o juramento que fizeram ao receber o diploma. Prometo que, ao exercer a profissão de Farmacêutico, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, gozem, para sempre, a minha vida e a minha arte, de boa reputação entre os homens. Se dele me afastar ou infringi-lo, suceda-me o contrário”.

A maior parte desses profissionais que perderam suas vidas, integrava pelo menos um grupo de risco, ou seja, não quiseram abandonar seus serviços pela necessidade de se manter empregados. Somos seres humanos, sujeitos aos mesmos fatores de risco de qualquer pessoa, não somos máquinas. Por isso, temos que lutar pela valorização profissional dos farmacêuticos e o direito à vacinação desses profissionais.

Em abril deste ano o deputado federal, André Abdon protocolou o Projeto de Lei 1559/2021, que dispõe sobre o piso salarial nacional do farmacêutico. O valor previsto para o piso, que vale para farmacêuticos de Norte a Sul do País, é de R$ 6,5 mil. Por uma questão de estratégia e devido à situação de emergência de saúde pública, o PL separou farmacêuticos do setor público. A luta pela implantação da carreira de estado para a profissão farmacêutica é uma das iniciativas para os profissionais que atuam no SUS.

Sabemos que a profissão Farmacêutica não pode ser resumida somente à dispensação de medicamentos, ou ao atendimento a pacientes. Vale lembrar que no Conselho Federal de Farmácia (CFF) há mais de 150 especialidades profissionais registradas. Assim, além do cuidado direto com as pessoas, o profissional da área pode gerenciar equipes, orientar grupos de trabalho e atuar como pesquisador ou professor, por exemplo.

Os farmacêuticos enfrentaram e ainda enfrentam os desafios inerentes a pandemia, como o caráter desconhecido da doença, a falta e em alguns casos o desconhecimento do uso dos EPIs, o medo do contágio, o distanciamento, criar habilidades para utilizar novas ferramentas de comunicação e lidar com as perdas de familiares.

Mas os farmacêuticos tiveram também o desafio de estar onde ninguém gostaria de estar, de enfrentar o desconhecido sem ter a certeza de que eles e os familiares estariam em segurança. Há ainda as condições dos locais de atendimento e da sobrecarga de trabalho. Estes profissionais precisam administrar o tempo todo o sentimento de impotência diante de um cenário com muitos fatores desconhecidos e complicadores.

*Luis Köhler é farmacêutico, especialista em Farmacologia e Farmácia Clínica, pós-graduando em MBA Inovação e Empreendedorismo, presidente da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC/MT), membro dos GTs de Farmácia Comunitária do CFF e CRF-MT e Conselheiro Regional do CRF-MT.



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