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Opinião
Sexta - 14 de Maio de 2021 às 06:31
Por: Valéria Del Cueto

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Sumi na fumaça, cronista. Voltei na cauda do foguete chinês desgovernado e dei um mergulho olímpico na sua passagem celestial por Santa Catarina.

Não tenho desculpas para ausência além dessa osmose cósmica que me faz cada vez mais humano na tentativa de, ao assimilar seus atos, entender (um pouco) suas atitudes.

Sei que é complexo e não imagino a que ponto irei nesse processo. Me assusto diante de ações (ou falta delas) como essa. Combinado não é caro e tinha (ops, quer dizer, tenho) o compromisso de mantê-la conectada a realidade.

Pensando bem, diante das últimas essa pode ser uma razão para, justamente, rarear as comunicações com você, cronista voluntariamente encarcerada do outro lado do túnel.

Minha parte não tomada pela crueldade humana reluta em transformar nossa conversa ao luar num rosário de, no mínimo, vinte e nove contas que se juntam as centenas de milhares elevadas em orações dedicadas aos deuses por aqui cultuados.

Essa força poderosa, a energia positiva por elas gerada, não está sendo suficiente para amenizar tanta maldade. Foi a onda de ódio e a barbárie que juntaram ao rosário as vinte nove contas que mencionei. Vinte e oito vieram da favela carioca do Jacarezinho.

De uma chacina que ensanguentou casas, ruas e vielas marcadas pelas balas da guerra que se instalou, apesar da proibição do STF da realização de operações durante a pandemia.

A incursão foi realizada pela Delegacia de Proteção ao Menor e ao Adolescente, acredite.

“Tudo bandido”, cravou Madame Mourão, a vidente que habita o vice presidente brasileiro antes da divulgação dos nomes dos 27 mortos, o que só aconteceu mais de 24 horas depois do confronto que barbarizou a comunidade numa manhã do outono carioca.

A vigésima oitava ou, talvez, uma das primeiras vidas perdidas foi a de um policial civil. O mundo pede explicações. Por aqui tentam entender o aumento da violência inexplicável em ataques como o de um adolescente que entrou numa creche e tirou a vida de professoras e bebês em (que ironia) Saudades/SC. Mas não é só no Brasil.

Segue o sacode no mundo... Tem conflito pra todo lado enquanto a epidemia da Covid-19, que está na fase 4.0 de suas mutações, explode! A Índia é o epicentro.

A quebra das patentes das vacinas é discutida e apoiada, pasme cronista, por Joe, o presidente dos USA. A atitude surpreendeu o mundo. A Alemanha, por exemplo, não apoia.

O Brasil da CPI também não. A tese da imunidade de rebanho está levando um baile do poder avassalador das mutações do vírus.

A cloroquina continuava nas orientações do Ministério da Saúde até levantarem a bola na sessão da CPI com o Ministro da Saúde, o quarto do governo atual. O terceiro, o general da logística, refugou e seu depoimento foi adiado por 15 dias.

Agora, temos o BBBdaCPI, o “Big Brazilian Baixaria” com altas audiências e poucas vacinas.

Tema que promete incendiar essa semana, inclusive com a convocação do chefe da Secretaria de Comunicação do governo que, dias atrás, teceu críticas ao 03, seu ex-colega de ministério.

Minha parte não tomada pela crueldade humana reluta em transformar nossa conversa ao luar num rosário de, no mínimo, vinte e nove contas que se juntam as centenas de milhares elevadas em orações dedicadas aos deuses por aqui cultuados

Confuso? Piora. Ele vai esclarecer seu papel nas conversações com... a China! Aquela que o presidente e seu zeros filhos continuam atacando, aquela de onde vem o componente para as vacinas que poderia salvar vidas e diminuir as contas do imenso rosário de perdas e saudades, sentimento amplificado nas orações insuficientes para romper essa corrente de maldades que sufoca a alegria desse mudo.

Cronista, sei que a conta ainda não fechou. Falei em 29 contas no rosário. A última simboliza as centenas de milhares que a antecederam.

Pediu pela vacina, ajudou a quantos pode, foi homem para ser mulher, lutou como um leão... foi a mãe de todos! Sucumbiu para brilhar no firmamento, seu novo lugar.

Quem esperava a volta do desgovernado foguete chinês viu o que eu vi quando “jumpei” em Santa Carina.

Lá ia ele, Paulo Gustavo, seguindo no sentido oposto. Como tantos, foi chamado.

Vai bagunçar o coreto, acabar com a seriedade, embaralhar os fios e alegrar o rosário de luzes que enfeita do céu, repleto de estrelas como ele...

VALÉRIA DEL CUETO é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM...
delcueto.wordpress.com



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