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Opinião
Terça - 01 de Junho de 2021 às 05:52
Por: Renato de Paiva Pereira

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Já tive Covid. Embora tenha passado bem, sei que corri sério risco, porque desenvolvi ao longo de muitos anos uma enfermidade crônica, que costuma complicar a vida dos que pegam essa doença. Aliás, essa comorbidade que me afeta, predispõe seus portadores a todas as mazelas: é a tal da velhice.

Com leves sintomas fui ao médico, que fez um exame cardiológico, pediu outros laboratoriais e me receitou inicialmente, entre outros remédios, as famosas hicroxicloroquina e ivermectina.

Claro que tomei sem contestações, porque na época discutia-se ainda a eficiência destes remédios e o médico escolhido – de grande prestígio aqui em Cuiabá – tinha tratado diversos conhecidos meus, alguns com a mesma comorbidade, e todos progrediram para a cura no tempo esperado.

Nessa mesma época, o Dito Gordo – de quem já falei aqui neste espaço – ganhava fama com suas plantas medicinais, que teriam o poder de curar a Covid.

Com o pai, aprendeu os segredos do cerrado. De algumas plantas, ele sabe que a parte eficiente é a raiz que pode ser usada ralada e dormida no pote; em infusão na água quente ou seca, adicionada ao guaraná matinal.

De outras a serventia é a casca. Têm ainda as que fornecem as folhas, os frutos ou até as flores. Cada uma com seus inúmeros segredos: forma de fazer e beberagem, época de colheita de raízes, folhas, flores ou frutos e doses ideais.

Nas duas semanas em que me recuperava da doença – aqui é pura especulação – o meu médico deve ter atendido umas cinquenta pessoas com Covid, das quais – estatisticamente – cinco ou seis pioraram e foram hospitalizadas.

No começo da pandemia o Bolsonaro e o Boris Johnson – Primeiro Ministro do Reino Unido - não acreditavam na sua letalidade

Neste mesmo período, o Dito, provavelmente tratou umas vinte pessoas, destas – conforme a média nacional - três ou quatro não melhoraram e correram em busca de socorro. Mas tem uma coisa importante: os que optaram pelo Raizeiro tem maior risco de morte porque quando procuram o médico pode ser tarde demais.

Entretanto, há três armas de defesa cuja eficiência, ninguém medianamente informado, pode negar: vacinação, distanciamento e máscara. A primeira está comprometida pela teimosia do governo, que continua divulgando cloroquina e agora, também, chá de Carapanaúba, que os índios Balaios usam contra a Covid. Mas, as outras duas continuam disponíveis e ao alcance de todos.

No começo da pandemia o Bolsonaro e o Boris Johnson – Primeiro Ministro do Reino Unido - não acreditavam na sua letalidade. Ambos foram contaminados, o brasileiro teve sintomas leves, mas o inglês foi pra UTI e quase morreu. O azar do britânico, transformou-se em sorte para a Inglaterra, porque ele, convencido da virulência da enfermidade, passou a lutar contra ela.

A sorte do Presidente brasileiro - que não sofreu com a doença - foi o azar do Brasil, pois ele, até hoje, desdenha a Covid e se recusa a combatê-la. Ao contrário a promove, como aconteceu nos últimos dias primeiro, 15 e 22 deste mês de maio, quando levou o povo às ruas para os ritos de adoração ao “mito”.

O PT vai completar a lambança iniciada pelo bolsonarismo: dia 29, em manifestação política, exporá seus fanáticos seguidores ao contágio.

Nas próximas semanas petistas e bolsonristas disputarão vagas nos lotados hospitais do País inteiro.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.



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