Relator ou inquisidor? Vivemos momentos sombrios, fruto da instalação de uma CPI circense

Vivemos em nosso país momentos sombrios, fruto da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) circense, vergonhosa, esdrúxula imoral, vexatória e por aí vai, para apurar possíveis irregularidades do Governo Federal na condução do combate ao Coronavírus.

Esta CPI caolha, mostra claramente a dicotomia existente na condução da mesma.

A qual, tem claramente dois pesos e duas medidas, nela, a parcialidade vem se tornando algo recorrente e constante, principalmente no tratamento aos depoentes.

Quando, é alguém que poderá falar algo contra o Governo Federal, tanto o presidente quanto o relator; ambos, atolados em processos, entre outras situações pouco ortodoxas, na qual pesa contra um deles, situação análoga ao cometimento de pedofilia.

Portanto, estes senhores que pousam de verdadeiros paladinos da moralidade, não poderiam de forma alguma estar julgando alguém, e muito menos participando de uma (CPI), para investigar um governo, que disponibilizou milhões e milhões de reais à Estados e Municípios, caracterizando assim, verdadeiro paradoxo.

Vivemos em nosso país momentos sombrios, fruto da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) circense

Segue o curso; já passaram pela (CPI), muitos depoentes, alguns tratados a ferro e fogo, e de forma intimidatória na tentativa de mudar o direcionamento das suas respostas, porém não estamos falando de políticos que poderiam até se vender ou mudar suas falas visando auferir algum tipo de lucro ou dividendo político; enquanto outros depoentes, são tratados à pão de ló.

Estamos falando em sua grande maioria de médicos cientistas e por aí vai; não estamos falando de nenhuma pessoa que não tenha conhecimento científico devidamente reconhecido e comprovado com trabalhos prestados, enfim uma plêiade de documentos comprovatórios através de curriculum e mais do que isso, comprovação voltada à medicina, no tratamento de diferentes doenças infectocontagiosas.

Bastou acontecer na última sexta-feira (18), a convocação dos médicos: Francisco Cardoso, e Ricardo Zimerman, que defendem o “tratamento precoce”, para que os condutores da (CPI) circense, entrassem em chilique.

O magnânimo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), nervosinho, optou por não fazer perguntas, pois sabia que os depoentes teriam respostas contrárias as suas convicções e vontades, e com certeza à altura pelo vasto conhecimento cognitivo dos mesmos e pelo tempo de trabalho em prol de vidas; contra fatos não há argumentos.

Assim sendo, após as explanações iniciais dos mesmos, o relator deixou a sala, num ato deselegante, covarde, hostil, dando provas cabais do seu despreparo e falta de condições cognitivas para discutir o tema em questão.

Não estou falando da assertiva ou não dos depoentes, falo da diferença na condução do processo atribuído nessa (CPI), caolha, pois ela consegue enxergar apenas um lado, pois quando os depoentes tem pensamentos contrários aos seus, estes não servem, dando prova clara e inconteste de que alguns desses senhores, tem como objetivo claro e cristalino, encontrar um culpado para as mais de 500 mil mortes, que é, triste e lamentável.

Licio Antonio Malheiros é geógrafo.