A sina da vacina Ainda bem que existe uma CPI, a desnudar e desvendar essas tantas malandragens
"A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe". Chico Xavier.
Em janeiro deste ano escrevi um artigo com este mesmo título, chamando atenção para os descalabros provocados pelo Governo Federal e a sua tão deslavada e dolosa “dificuldade” para não se ter vacina contra a Covid 19 no Brasil. Muitas lutas foram travadas por muitos estados e municípios para que, enfim, pudéssemos ter vacinas em nossos braços.
Após infinitas vociferações presidenciais e de seus sequazes trabalhando contra, conseguimos, pelo esforço e determinação do Instituto Butantan e da Fiocruz, iniciar uma campanha tímida e descoordenada pela ausência quase total do Ministério da Saúde. Provavelmente este Ministério de gloriosa história precisará ser refundado diante do seu esfacelamento planejado e de sua desmoralização perante a comunidade científica e do povo brasileiro.
E as vacinas continuam em suas sinas sinuosas, a percorrer caminhos duvidosos pelas dificuldades e obstáculos interpostos pelo mandatário e sua matilha
E as vacinas continuam em suas sinas sinuosas, a percorrer caminhos duvidosos pelas dificuldades e obstáculos interpostos pelo mandatário e sua matilha furiosa que desacata qualquer um que pense diferente. Rangem os dentes e ameaçam morder quem não se curva diante de tanta prepotência.
Bradam incessantemente, ad nauseam, uma suposta honestidade no Governo, desgovernado desde o seu começo, mas agora surgem no horizonte muitos motivos de tropeço nessa furibunda governança.
O Ministério do Meio Ambiente, destroçado, destruído, consumido por uma motosserra ambulante, que diante do Planeta jura defender o mundo natural, mas, sem nenhum pudor, profana, desmata e queima o que ainda resta de floresta. Agora, com sua demissão, a mata em festa comemora o fato de ele ter ido embora, sem deixar ao menos uma mínima saudade.
Depois, mansões e devaneios aparecem no cenário do Planalto, algo tão suspeito como o antigo ‘mãos ao alto’, trazendo ainda de permeio, dinheiro sem origem comprovada. E nessa toada, a festança continua, agora com o escândalo nojento da vacina, que queriam comprar, não mais da China, mas de um estranho cambalacho descarado, comandado por quem o Governo é liderado na Câmara dos Deputados.
Que vergonha, meu caro Presidente, vende a imagem de um homem tão decente, mas assume plenamente o papel de ser um cúmplice de seu subordinado. E agora Jair? É bom já ir se acostumando com o retorno a sua velha planície, lugar que sempre estará bem reservado a si e aos seus apaniguados.
A vacina, em sua sina dolorosa, sofre percalços em sua caminhada em direção ao nosso braço. De fracasso em fracasso, estamos caminhando, descobrindo vampiros e outros trapaceiros a sugar o sangue do povo brasileiro. E o pior de tudo, protegidos em sua sanha desalmada pelo senhor maior da Esplanada. Tudo para trocar por votos no Congresso, que de poder legislativo transforma-se em um congresso sem igual, o que foi sempre conhecido como carnal. E somos nós, desesperados, a estar aqui deste outro lado.
Ainda bem que existe uma CPI, a desnudar e desvendar essas tantas malandragens, originadas em terríveis interesses e outras tantas vampiragens de nosso sangue, de nosso dinheiro e de nossa honra.
É bom que esses muitos desalmados, serviçais desse coronavírus, possam, um dia aprender, que a justiça sempre vence, embora sempre exista alguém que nunca se convence de que é, e será, sempre assim, que o ladrão sempre perde no fim, mesmo que seja em nossa vida tão real em plena pandemia sem igual.
Ah! Meus ilustres companheiros desta lida, que ombreia o povo brasileiro, cada um em seu recanto, mas unidos em torno desse pranto que derrama tantas lágrimas em nossas próprias faces; esperança não é coisa de criança, é verdade que permeia nossas vidas, mesmo que tenha sido muito padecida.
Gritemos a plenos pulmões, oremos aos santos de nossas devoções, pois dos políticos, moralmente tão raquíticos, esses não escutam nossos gritos, pois vivem e solucionar os seus próprios conflitos.
Seremos nós, meu tão querido povo, eis-me aqui a conclamar, de novo, mesmo neste quase eterno luto, não podemos arrefecer a luta, continuemos nesta penitência da disputa entre o bem, o nosso bem tão perenemente desejado, contra o mal, o maldito mal do outro lado, que tem no peito um coração gelado, certamente já quase apodrecido porque desconhece o sentimento do respeito e só fazendo o que não tem sentido.
Esta tem sido, infelizmente, a sina desta nossa tão desejada e esperada vacina, que só encontra obstáculos terríveis: um governante tão despudorado que só agride mulheres que estejam em seu próprio trabalho e faz de tudo para que adoeçamos; um Congresso dominado por um Feitor e um Capitão do Mato, que tem, em seu desiderato, garantir o suserano no poder a troco de benesses que irão receber. Ainda tem uma milícia em plena arrumação, os ditos soldados do almocreve capitão.
Alô, Brasil! Abramos nossos olhos, que a coisa está ficando preta, mas o povo brasileiro não tem medo de careta.
José Pedro Rodrigues Gonçalves é doutor em Ciências Humanas
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