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Opinião
Quinta - 12 de Agosto de 2021 às 04:23
Por: Arnaldo Sérgio Patrício

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Popularmente conhecida como gordura no fígado, a esteatose hepática é o acúmulo de gordura nas células do órgão. A maior disponibilidade para realização de ultrassonografias de abdômen, exame de imagem que pode detectar a esteatose que tem sido realizado com frequência em avaliações clínicas de rotina, facilitou a descoberta e o tratamento precoce da doença.

Uma de suas principais causas é a crescente prevalência da obesidade em todo o mundo. Durante a pandemia do Covid 19 foi observada uma maior incidência da esteatose nos pacientes que tiveram uma pior evolução clínica, sendo considerado o fígado gorduroso um fator de risco.

Obesidade, diabetes mellitus, dislipidemia são os fatores de risco mais frequentes para a enfermidade do fígado gorduroso. Esses se associam à hipertensão arterial e a síndrome metabólica, que é caracterizada pela presença de três ou mais das seguintes condições: obesidade central (aumento da gordura no abdômen), hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes.
Estima-se que 20 a 30% da população adulta tenha algum grau de esteatose hepática. Mas esta condição também pode acometer adolescentes e crianças E, infelizmente, 15% irão desenvolver um quadro mais sério de inflamação do fígado (esteato-hepatite).

A doença gordurosa do fígado em geral não apresenta sintomas e tem uma evolução silenciosa. Portanto, só é descoberta por meio de ultrassonografia do abdômen feita por outros motivos, ou mesmo por check-up de rotina, indicando que algo está errado com a saúde. Além disso, é uma condição que tem tratamento, que deve ser iniciado o mais precocemente possível para evitar a progressão da doença e suas consequências graves e até mesmo, fatais por ser um fator de risco importante para cirrose hepática e câncer do fígado.

Apesar de ser uma doença que pode se agravar, a base do tratamento é bastante simples, passando pela mudança do estilo de vida, além do controle rigoroso da hipertensão e diabetes.

A prática de atividade física com frequência é essencial para sucesso no tratamento porque uma melhora da esteatose hepática começa a aparecer com a perda de pelo menos 3 a 5% do peso corporal. No entanto, para melhora da inflamação e das cicatrizes no fígado, é necessária a perda de pelo menos 10% do peso.

É fundamental fazer uma alimentação saudável, rica em alimentos de verdade. Por outro lado, evite bebidas artificiais adocicadas e alimentos ricos em gorduras trans. O grande consumo de carboidratos refinados deve ser evitado e dar preferência às frutas com menor teor de frutose.

Além das atividades físicas e alimentação equilibrada, um clínico geral ou hepatologista poderá prescrever tratamento medicamentoso quando for necessário.

Enfim, o prognóstico pode ser bom, mas depende da fase em que a doença for diagnosticada e, principalmente, da aderência dos pacientes às condutas clínicas e tratamentos recomendados.


* Arnaldo Sérgio Patrício é especialista em Medicina Interna e Radiologia. Também é diretor da Unidade de Emagrecimento e Longevidade (UEL). Instagram @arnaldosergio



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