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Opinião
Sexta - 24 de Setembro de 2021 às 13:10
Por: Vanessa Moraes

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No dia 26 de setembro celebramos no Brasil o dia do surdo, considerado pela comunidade como setembro azul. A cor faz referência à faixa azul usada pelas pessoas com deficiência por imposição dos nazistas na segunda guerra mundial como forma de segregação social.

Esta data foi instituída em homenagem à primeira escola de surdos no Brasil, em 1857, no Rio de Janeiro, conhecida hoje como INES – Instituto Nacional de Educação dos Surdos, mantida hoje pelo Ministério da Educação.

No Brasil, os surdos constituem cerca de 3,2% da população e celebrar esta data é fazer memória das conquistas da comunidade surda, assim como olhar para sua luta diária por inclusão, acessibilidade e respeito. Uma dessas conquistas se deu a partir da lei nº 10.436/2.002, quando a linguagem brasileira de sinais foi reconhecida como meio de comunicação e expressão.

Hoje, graças a esta luta, a LIBRAS deve ser acessível nos meios públicos, sobretudo nas escolas, que deverão ofertar um ensino bilíngue e dispor de intérpretes capacitados a tornar a comunicação, as relações e as informações acessíveis às pessoas com algum grau de surdez.

A surdez tem várias causas, desde nascimento prematuro, infecção, uso prolongado de alguns medicamentos, propensão genética, exposição a ruídos de alta intensidade, traumas na cabeça, alterações congênitas, alergias, problemas metabólicos, tumores ou até mesmo o avanço natural da idade. O tratamento dependerá da sua causa podendo ser feito com uso de medicamentos, cirurgia ou uso de aparelho auditivo.

Este dia nos abre espaço para refletir e debater sobre os direitos e a luta pela inclusão das pessoas surdas na sociedade. É também, uma oportunidade para pensar no cuidado com saúde auditiva e prevenção da perda auditiva.

Às gestantes, cabe o acompanhamento médico e exames regulares, pois doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar perdas auditivas avassaladoras nas crianças.

Às crianças recém-nascidas, o teste da orelhinha é um exame que possibilitará o diagnóstico precoce e o tratamento adequado a fim de oferecer melhores possibilidades de desenvolvimento. Além disso, em caso de atraso no desenvolvimento da fala, é recomendado que se busque auxílio de um médico otorrinolaringologista e de uma audiologista para que, mediante uma avaliação, problemas auditivos possam ser identificados e a intervenção seja iniciada o mais precoce possível.

Aos trabalhadores expostos ao ruído, o uso de equipamentos de segurança é indispensável, além do acompanhamento periódico quando há riscos ocupacionais gerados pelo ruído.

Mesmo com todo esse avanço, especialmente no ensino de Libras, há muito o que ser feito: projetos inclusivos em escolas públicas e particulares, cursos técnicos/ profissionalizantes, inclusão de surdos em universidades, padrão necessário em laboratórios, clinicas, postos de saúde para atender essas pessoas com deficiência auditiva.

O maior empecilho para um atendimento de qualidade é a impossibilidade de comunicação em Libras. Exatamente por isso, para um tratamento mais humanizado e eficaz se torna imprescindível que se tenha um ou mais membros das equipes de atendimento tenham a formação em Libras.

Vanessa Moraes e fonoaudióloga e audiologista - @fonovanessacmoraes



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