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A honra e o caráter de quem indica
A decisão do coronel Mário Sérgio Duarte, de pedir exoneração do cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro e vir a público explicar a motivação do afastamento, demonstra o seu profissionalismo, responsabilidade e respeito à causa pública. Ao verificar que um de seus auxiliares de confiança é acusado e preso como suposto mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, mesmo estando em licença médica e hospitalizado, fez questão de deixar claro que a nomeação do acusado ao comando de batalhões foi decisão sua e que, diante do ocorrido, prefere afastar-se da chefia da corporação para evitar outros desdobramentos que possam prejudicar a imagem, a dignidade da segurança pública e o desempenho da máquina polícial carioca.
Numa sociedade onde renunciar não é hábito, a atitude merece elogios. Afastado do mando, Duarte terá como manter isenção absoluta em relação aos acontecimentos, deixando que as apurações se façam por terceiros sem proximidade com os envolvidos ou com os fatos. Também preservará a PM e o próprio governo, permitindo que continuem a grande tarefa de polícia pacificadora e de combate ao crime iniciada em sua gestão.
A função pública exige competência, responsabilidade e dignidade. O agora ex-comandante saiu porque, conforme penitenciou, escolheu alguém que – pelas apurações –, mesmo com sua patente e credenciais técnicas, não reunia condições morais e criminais para exercer o comando de um batalhão ou unidade da PM. Seu afastamento, a pedido, preserva a instituição e lhe dá todas as condições para, sem o peso do posto de comando, se necessário, promover os esclarecimentos. Essa atitude, tão incomum que nos motiva a escrever esse artigo, deveria ser praxe em todos os órgãos da administração pública. Quando um subordinado cai na delinqüência, além dele, também deveria se afastar o responsável pela sua nomeação. Dessa forma ficaria mais fácil proteger as instituições e o interesse público.
Infelizmente, a prática de loteamento político dos cargos de governo leva os governantes a promoverem nomeações muito inconvenientes para postos de alta relevância. E, por esse mesmo motivo, quando os nomeados delinqüem, ninguém é responsabilizado. Padece a administração pública que, fatalmente, é envolta pelo lamaçal. São muitos os casos recentes de irresponsabilidade dos padrinhos sobre seus indicados. Oxalá o exemplo do coronel Mário Sérgio Duarte ecoe por todos os quadrantes da Nação e, a partir de agora, os titulares do QI (Quem Indica) tenham responsabilidade pelo menos moral em relação aos indicados, sentindo-se na obrigação de também se afastar ou pelo menos de pedir desculpas ao povo quando um episódio desses acontece.
É importante lembrar que o comandante da PM carioca não precisaria ter se afastado. Até por uma questão legal, quem ele nomeou era alguém do quadro da própria corporação e com todos os requisitos técnico-profissionais para o cargo. Mas, a moral e a dignidade falaram mais alto. Que seu sacrifício não seja em vão e seu exemplo sempre seguido...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
aspomilpm@terra.com.br
Numa sociedade onde renunciar não é hábito, a atitude merece elogios. Afastado do mando, Duarte terá como manter isenção absoluta em relação aos acontecimentos, deixando que as apurações se façam por terceiros sem proximidade com os envolvidos ou com os fatos. Também preservará a PM e o próprio governo, permitindo que continuem a grande tarefa de polícia pacificadora e de combate ao crime iniciada em sua gestão.
A função pública exige competência, responsabilidade e dignidade. O agora ex-comandante saiu porque, conforme penitenciou, escolheu alguém que – pelas apurações –, mesmo com sua patente e credenciais técnicas, não reunia condições morais e criminais para exercer o comando de um batalhão ou unidade da PM. Seu afastamento, a pedido, preserva a instituição e lhe dá todas as condições para, sem o peso do posto de comando, se necessário, promover os esclarecimentos. Essa atitude, tão incomum que nos motiva a escrever esse artigo, deveria ser praxe em todos os órgãos da administração pública. Quando um subordinado cai na delinqüência, além dele, também deveria se afastar o responsável pela sua nomeação. Dessa forma ficaria mais fácil proteger as instituições e o interesse público.
Infelizmente, a prática de loteamento político dos cargos de governo leva os governantes a promoverem nomeações muito inconvenientes para postos de alta relevância. E, por esse mesmo motivo, quando os nomeados delinqüem, ninguém é responsabilizado. Padece a administração pública que, fatalmente, é envolta pelo lamaçal. São muitos os casos recentes de irresponsabilidade dos padrinhos sobre seus indicados. Oxalá o exemplo do coronel Mário Sérgio Duarte ecoe por todos os quadrantes da Nação e, a partir de agora, os titulares do QI (Quem Indica) tenham responsabilidade pelo menos moral em relação aos indicados, sentindo-se na obrigação de também se afastar ou pelo menos de pedir desculpas ao povo quando um episódio desses acontece.
É importante lembrar que o comandante da PM carioca não precisaria ter se afastado. Até por uma questão legal, quem ele nomeou era alguém do quadro da própria corporação e com todos os requisitos técnico-profissionais para o cargo. Mas, a moral e a dignidade falaram mais alto. Que seu sacrifício não seja em vão e seu exemplo sempre seguido...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
aspomilpm@terra.com.br
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