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Opinião
Quinta - 04 de Novembro de 2021 às 06:02
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Com a ampliação dos benefícios sociais, Bolsonaro está seguindo o mesmo caminho de Dilma Roussef quando também buscava a reeleição. Os dois governos, de direita ou esquerda, praticando o mesmo populismo eleitoral.

Bolsonaro criou o auxilio gás e também outro para camionheiros. Tem ainda o Auxilio Brasil no lugar do Bolsa Família, aumentando para 17 milhões de assistidos.

O auxilio mensal que é de 192 reais deve ir para 300 reais. Se terá mais 100 reais, 400 no total, para o ano de 2022. Esses cem reais podem desaparecer depois da eleição. Coincidentemente é o ano da disputa para a reeleição.

Com o acréscimo desses 100 reais, rompe-se o teto dos gastos públicos. Um ato que pode trazer consequências para a economia. A decisão do governo pode ser um tiro no pé se a economia tiver problema, com mais inflação e estagnação econômica, os mais pobres, mesmo com benefícios sociais, podem ter dificuldades para enfrentar o que pode vir por aí.

O governo Bolsonaro pratica o mesmo populismo eleitoral que a direita tanto condenava nos governos do PT. Tem até vídeo na rede social mostrando Bolsonaro atacando essas medidas populistas dos petistas. Agora ele faz a mesma coisa, aliás, até ampliou.

Com a ampliação de benefícios, Bolsonaro segue o mesmo caminho de Dilma

A busca é pela reeleição e que se dane as consequências. Ele pode até ganhar, mas vai chegar num governo com economia em solavancos.

O mesmo que ocorreu com Dilma Roussef, que fez o diabo para ser reeleita e quando assumiu o segundo mandato foi em plena recessão de 2015 e 2016, a maior de nossa história. Com problemas enormes como desemprego e inflação, ela sofreu um impeachment.

Dilma Rousseff, só para recordar, desobedeceu a regra de se ter 3.1 % do PIB como superávit primário, âncora de que economia estava garantida. Ela interviu na Petrobras, diminuiu preço de combustível e também tarifa da energia. Aumentava o déficit público. Tudo pela reeleição em 2014.

Se afundou no segundo mandato por ter arrebentado a economia para se reeleger. Talvez ocorra o mesmo com Bolsonaro, se reeleito, que foi ao governo dizendo que não faria o que o PT fez na economia, mas está fazendo estripulias para tentar se manter no poder.

A coluna retorna a um tema comentado antes. Temos que acabar com a reeleição. Cada presidente que entra já está pensando na reeleição e aí não interessa nada mais, só aquela busca politica e eleitoral. Arrebenta os fundamentos econômicos para isso.

O ideal seria ter cinco anos de mandato para presidente, sem reeleição. O eleito se concentraria no seu mandato e não pensando em outro. Tem uma proposta no Congresso para acabar reeleição, mas não anda. Não seria para agora mas para eleições futuras para presidente.

Como é hoje o jogo eleitoral vamos sempre ter outros Bolsonaros e outras Dilmas fazendo coisas estranhas nos fundamentos econômicos pensando somente na reeleição. Um desastre para o país.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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