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Opinião
Segunda - 08 de Novembro de 2021 às 06:31
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Foi criado grupo de trabalho pelo governo federal para analisar a possibilidade de adicionar biodiesel ao óleo diesel. O grupo tem trinta dias para apresentar alternativas e, entre elas, a quantidade de biodiesel que poderia ser adicionado. Já se fala em 15%, mas é melhor aguardar o que vai dizer o grupo encarregado desse estudo.

O fato é que essa adição ao diesel vai acontecer. E ajudaria a agricultura brasileira, Mato Grosso em primeiro lugar. O Brasil é o segundo maior do mundo em produção de biodiesel, com mais de seis bilhões de litros por ano. Os estados de MT, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo produzem 80% do total nacional.

Se tem hoje no estado 17 fábricas de biodiesel. Com a decisão de adicionar biodiesel ao diesel, deve aumentar esse número. Agora mesmo apareceu uma do grupo Amaggi em Lucas do Rio Verde para estar pronta em 2023, produzir 300 mil toneladas de biodiesel por ano e esmagar 1.2 milhões toneladas de soja.

O caso do biodiesel ajuda a pavimentar o caminho da agroindústria no estado. Não se pode ser eternamente produtor e exportador de bens in natura. Agroindústria agrega valor, melhora salário, gera empregos de mais qualidade e paga mais impostos.

Só aproveitando o momento para citar o caso da inauguração de uma fábrica recente em Sorriso de etanol de milho. Se fala na produção de 900 milhões de litros por ano e mais 200 mil toneladas de DDG ou bagaço do milho que serve para alimentação de gado, suíno e aves. E ainda cerca de 30 mil toneladas de biodiesel.

Nas áreas de biodiesel, etanol e carnes, a agroindústria no estado já deslancha, mas em outras a coisa não anda. O exemplo clássico é no setor de algodão.

O estado é o maior produtor do país e não se tem nada aqui, nem mesmo fiação. Como também na área de couro. Se abate milhões de cabeça gado por ano e não se tem nada em produtos de couros. Mas cresce em outros setores da produção no campo.

Tem um dado a acrescentar nessa perspectiva para a agroindústria no estado. É o crescimento futuro do transporte por ferrovia. A Rumo Logística vai chegar a Cuiabá e região ali por 2025 e a Lucas do Rio Verde em 2028. E se pode ter ainda a Ferrogrão de Sinop a Miritituba.

Veja o impacto disso no caso específico do biodiesel. O produto poderá ser levado para muitos lugares do estado e ou para lugares diferentes do país. Com transporte desse tipo a produção de biodiesel só pode crescer.

A matéria prima está aqui, já se tem conhecimento adequado nesse trabalho e associado ao fator transporte com preço mais acessível, dá para acreditar que a produção aumentaria bastante.

A agroindústria, em todas as áreas, tem que continuar sendo a grande busca para o futuro econômico do estado.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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