JÚLIO CAMPOS NETO
Desafio Ecológico Mato Grosso não pode ficar de fora dos debates para reverter catástrofes naturais
A mais de um século e meio com o surgimento da revolução industrial e o início da utilização de combustíveis fósseis na produção e locomoção os seres humanos estão desestabilizando a biosfera global.
A velocidade do consumo dos recursos naturais do meio ambiente e a quantidade enormes de lixos e agrotóxicos que estamos despejando na Mãe Natureza está levando o planeta a viver um princípio de colapso ecológico e com consequências nefastas para as próximas gerações.
O estado de Mato Grosso apesar do seu distanciamento dos grandes centros globais desenvolvidos não pode e não deve ficar de fora dos debates e ações que a humanidade precisa realizar para tentar reverter as catástrofes naturais que já está ocorrendo no país e em outros continentes do globo.
O uso indevido e sem controle de fontes de água nas lavouras e produções agrícolas levaram a população da baixada Cuiabana a vivenciar pela primeira vez nas últimas décadas a importante cachoeira Véu de Noiva no município de Chapada dos Guimarães a ficar sem água corrente por alguns dias.
É visível para quem viveu em Mato Grosso nas décadas de 80 e 90 a destruição quase por completo dos ecossistemas Cerrado e Pantanal.
Seca, queimadas intensas e desmatamento sem controle em áreas públicas por grileiros fizeram a abundante fauna desaparecer e se tornar quase um milagre a visualização de um lobo guará ou coalheira.
Sem estudos sérios por parte dos cientistas hoje não temos a menor noção de como anda a qualidade dos nossos lençóis freáticos e nem dos nossos solos, a monocultura que trouxe riquezas e progresso para nosso estado é sim um grande poluidor com seus agrotóxicos.
A mudança climática já deixou de ser uma ameaça ou viajem de ecologistas para se tornar uma realidade e vem a cada ano demonstrando que os prejudicados será todos nós.
Os desafios no campo da safra 2020/2021 que devido ao atraso das chuvas em 2020 levou uma plantação e colheita tardia da soja e uma quebra da safra do milho que trouxe a inflação dos alimentos para a mesa de todos.
O aumento do preço da saca do milho dobrou e com isso o preço das rações animais acompanhou alta e acabou afetando o preço das proteínas animais e demais produtos que tem o milho como seu componente de produção.
Na cidade além dos custos dos alimentos outras consequências devido à mudança climática poderão se tornar realidade como inundações, nuvens de poeira, falta de água potável e até seu desaparecimento pelo aumento dos níveis do mar.
Júlio Campos Neto é administrador de empresas e produtor rural de alimentos agroecológicos.
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