Na eleição do ano que vem O barulho eleitoral de 2022 ainda não chegou forte à rua
O barulho eleitoral de 2022 ainda não chegou forte à rua. Mas nas conversas paralelas, aquelas entre amigos e grupos, a coisa anda quente.
A presença de Sergio Moro no cenário é uma das que tem mais comentários. Ninguém duvida que ele seja candidato à presidência e não ao Senado. Já aparece em pesquisa à frente de outros na chamada terceira via, passando inclusive Ciro Gomes.
De quem ele mais tiraria votos, de Lula ou Bolsonaro? É comum ouvir que ele entra mais na seara de Bolsonaro. Moro busca aproximação com o PIB nacional e os militares.
Até que ponto isso pode influenciar ou não na ida do Bolsonaro para o segundo turno também entra nas diferentes avaliações. É aceito que Moro, ou os da terceira via, não tem ainda condições de impedir a ida do presidente para o segundo turno.
Tem opinião de todos os tamanhos sobre Bolsonaro. Que ganha a eleição presidencial e até que ele poderia abandonar a candidatura lá na frente. Os que defendem esse ponto de vista arguem que, se o Bolsonaro chegar ali por junho do ano que vem, sem crescer nas pesquisas, podendo ser derrotado pelo Lula, ele abandonaria a disputa. Difícil ocorrer, mas é um dos argumentos do momento.
O barulho eleitoral de 2022 ainda não chegou forte à rua. Mas nas conversas paralelas, aquelas entre amigos e grupos, a coisa anda quente
Alguns acham que o Lula não será candidato ou que deve aparecer algo na Justiça que impediria sua candidatura.
A maioria das opiniões vai em direção oposta, acredita que ele é candidato mesmo e que herdaria, num segundo turno, a maior parte dos votos dos candidatos da terceira via. Outros torcem para que o seu vice seja mesmo Geraldo Alkmin.
Que isso daria força à candidatura em São Paulo, lugar que Bolsonaro não tem sido muito popular.
Outra conversa é sobre os votos do Nordeste para presidente. Hoje ali o Lula tem boa votação, mostram as pesquisas. Mas com o Auxilio Brasil de 400 reais, muito maior do que se pagava no Bolsa Família, isso poderia alterar o jogo e Bolsonaro encostar no Lula no Nordeste? Grande incógnita para o ano que vem.
Daria tempo, em menos de um ano desse novo auxilio, para mudar o quadro eleitoral no Nordeste? Não esquecer que Lula é nordestino.
A terceira via nessa próxima eleição teria mais votos do que em eleições passadas? A tradição brasileira é a polarização entre duas candidaturas. A do ano que vem não foge à regra, Lula e Bolsonaro serão os nomes dessa vez.
Na ultima eleição, com exceção da votação em Marina Silva, outros como Geraldo Alkmin e Henrique Meireles, nomes fortes no canário nacional, tiveram votações raquíticas? Agora seria diferente? Que patamar poderia chegar Moro?
Simone Tebet teria a preferência do voto feminino? Ciro melhora sua votação dessa vez? Como ficaria João Dória com seu PSDB no caminho do racha?
Essa terceira via chegaria aos 30% dos votos na eleição 2022? Fato que nunca ocorreu antes.
Pode-se ficar aqui fazendo incontáveis especulações sobre o cenário eleitoral. Aliás, é a melhor parte da conversa sobre politica.
Alfredo da Mota Menezes é analista político.
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