Os invejosos na ausência do líder
Havia um velho sábio que por anos a fio observava, de cima de uma grande pedra, os acontecimentos de sua comunidade. À sua proximidade: um velho e rabugento invejoso. Quando o sábio se levantava, o invejoso, de imediato, passava a espioná-lo na esperança de conseguir aquele espaço na pedra. O sábio não sabia daquela espreita. E quando resolveu se ausentar, logo o invejoso correu para aquele lugar. Mas por seu título, o velho havia deixado uma folha de papel com várias observações. Uma delas continha: liderança se conquista, não se impõe. Foi naquele momento que o velho sábio voltou ao comando de sua comunidade, pois muitos lá não cumpriam os reais papéis de um líder popular. E o invejoso, sem esforço, subiu na pedra, mas não conseguiu descer. Perdeu o contato com o povo. Morreu lá.
Resolvi contar esta lenda para retratar minha leitura quanto às mixórdias acorridas, na ausência do sábio, quer dizer, do líder, nos últimos dias envolvendo a Agecopa.
Os invejosos circulam, observam, espionam, elogiam, penetram, articulam, fazem de tudo para subir. Só não fazem o esforço necessário e providencial nas resoluções dos problemas que estão a sua volta.
O comandante Silval Barbosa tomou a decisão meio acertada. Imagino e guardadas as proporções. Acho que devia zerar o convés com o timoneiro e poupar alguns marujos que, de fato, suam a camisa. Em tempo, sentiu que o barco estava à deriva e agora assumirá o timão (não é o Corinthians), depois de a Assembleia aprovar a mudança. Terminologicamente, as embarcações não são guiadas ou dirigidas, mas sim governadas. Então, Silval pode se tornar, literalmente, “o grande timoneiro”, titulo de "Mao Tsé-Tung.
Para refletir: à época de Yênes Magalhães, os invejosos o observavam de perto. Entra Éder Moraes, e eles próximos. Muda o status da agência, mas não o modus dos invejosos. Saem os comandos do convés, os invejosos estão brigando pela pedra.
*Ubiratan Braga é jornalista, radialista e publicitário em Cuiabá
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