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Opinião
Sexta - 10 de Dezembro de 2021 às 06:36
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Dados recentes mostram que a Venezuela passou a ser o país mais pobre da América Latina. A renda da população está em 1.620 dólares. Abaixo do Haiti, 1.690 dólares, que era o país mais pobre da região.

O que acontece na Venezuela é quase inacreditável. País que, em certo momento, se acreditava que seria o mais desenvolvido de toda América Latina por sua enorme riqueza em petróleo. A Venezuela, com gentes recentes no governo, numa tal revolução bolivariana, é um desastre com letras maiúsculas.

A situação é tão dramática que fez cerca de cinco milhões de venezuelanos abandonarem o país. Em MT chegaram muitos. O que ocorre na Venezuela deveria ser condenado também pelas pessoas da esquerda politica regional, aquilo é um péssimo exemplo para o mundo.

No Chile a disputa para presidente vai para um segundo turno, em 19 de dezembro, entre um candidato mais à esquerda e outro bem à direita.

O da direita teve 2% de vantagem sobre o da esquerda no primeiro turno. As propostas da direita chilena não são diferentes das outras da região, patriotismo, família e religião.

O Chile tem sido, muitas vezes, modelo para países latino-americanos. Se a direita ganhar a eleição talvez repercuta em outros lugares também.

A Argentina passa por momento estranho. Vem, ao longo de anos, desmontando o que o país criou no passado. Agora, com disputas entre esquerda e direita, com um lado querendo destruir o que o outro fez, empurra cada dia mais a Argentina para trás.

O que acontece na Venezuela é quase inacreditável. País que, em certo momento, se acreditava que seria o mais desenvolvido de toda América Latina

A Argentina já foi considerada país rico. Tinha à época todos os dados de um país desenvolvido, em educação, renda, equilíbrio social. Ao longo do tempo foi parando a máquina e hoje o país tem uma desigualdade social nos moldes de outros da América Latina.

Na Nicarágua, Daniel Ortega, continua no poder e sua esposa é a vice-presidente. É aquele caso que o Lula, numa derrapada danada, disse que se Ângela Merkel da Alemanha pode ficar 16 anos no poder, por que não o Ortega.

Apanhou de todos os lados com a comparação. Merkel numa democracia, eleições normais, Ortega aprontando todas para se manter no poder, inclusive com prisão de vários candidatos a presidente.

A politica na América Latina é cheia de casos bizarros, continuo no de Ortega. Ele foi o líder na luta contra a família Somoza que dominou a Nicarágua com mão de ferro por décadas. A família Somoza manteve no poder o pai, Anastásio, e depois dois filhos. Parecia dinastia monárquica.

Ortega, com apoio da opinião pública mundial, ajudou na queda desse grupo. Foi presidente, passou um tempo fora do poder, voltou e está ali desde 2006 se reelegendo.

Tirou uma ditadura e fez a sua. Ah, mas ele está sendo eleito. Os Somoza também eram eleitos. Antes, como agora com Ortega, se manipulava tudo para se continuar no poder.

E a esquerda regional tapa os olhos para mais esse caso esquisito, como o da Venezuela. Coisas da América Latina.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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