Prostituição, leniência e o peixe Sexo é algo que causa na sociedade a expectativa de prazer ou dor
Recentemente vimos nos meios de comunicação em Cuiabá, mais um fato de violência contra mulheres, mais especificamente contra uma profissional do sexo, esta que ganha a vida vendendo momento sexuais, parcelas de encontros, mediados por dinheiro.
O sexo é algo que causa na nossa sociedade a expectativa de prazer ou dor, seja pelo ato de consenso, ou de sadomasoquismo, que para alguns trazem na dor o anteverso do prazer.
Comemos com os olhos aquele “gostoso corpo” que balança ao passar por nós. Os mais conservadores, viram os olhos e de sortilégios fingem que não o vê, mas são denunciados ou pela ereção masculina, ou pelo olhar lânguido da face feminina, que se derrete com o corpo grego esculpido.
A frase “ que me perdoe as feias, mas a beleza é fundamental” dita por Vinícius de Moraes é a máxima de verdade. Buscamos o belo, que balança e nos faz libidamente ativos e querendo tocar, apalpar e se der, entrar no corpo para se sentir único e prazeroso.
Sexo é algo que causa na sociedade a expectativa de prazer ou dor
No cinema a cena fatal do pós coito, onde o artista acende um cigarro e jubilarmente diz para parceira, “foi bom pra você? Ou o simples olhar de ambos que satisfeitos vão ao banheiro para se limpar do gozo fatal anterior. Nos anima e remete a pensamentos múltiplos.
Sexo é ótimo, desde o início da humanidade serviu para a multiplicação da humanidade. A célebre frase do Genesis bíblico, “Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra’’, não pode acontecer sem haver sexo.
Seja homem, com homem, mulher com mulher, o esfregar-se homo ou hetero é um ato que seja em público, no quarto, na sala, na sacada , ou em qualquer lugar, a humanidade nunca vai deixar de fazer sexo.
Os romanos e suas orgias espetaculares nos ensinaram a fazer sexo de forma despudorada e com o advento do cristianismo, veio o carimbo do pecado. E com ele o sexo virou algo com regras e prisão mental.
As igrejas por sua vez viraram holofotes de mandamentos que pregam em teorias que o bom sexo só depois do casamento e com hora marcada, apenas para atender ao Senhor Deus.
O homem, no entanto, desobedece a leis draconianas e busca seu prazer no sexo pago. A loucura humana vai mais além e ao pagar pelo ato acha que também na meia ou uma hora do corpo alugado, também pode machucar, ofender fisicamente o objeto comprado temporariamente.
O Código Penal de 1940 (Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940) em sua sede no artigo 229 assim se pronuncia:
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiros, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
No artigo 230 demarca território sobre pessoas que se utilizam do poder econômico para se aproveitar da prostituição:
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
O capitalismo que de desenvolveu na venda de um simples quilo de sal, ao corpo humano, tornou estes artigos criminais em peças obsoletas e sem eficácias, pois além das casas e bares de prostituições, existirem em forma de boates no Brasil e no mundo inteiro o bom sexo seja pago ou não continua.
O que também continua é o ato sexual acompanhado de violência contra a mulher, com vasta demonstração de um machismo crescente e dominante, contra o corpo da mulher que deve ser tratado com carinho e antes de tudo com respeito a pessoa que de forma consensual, paga ou não, nos trás complementariedade em nossa vida.
Pedro Felix é professor.
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