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Opinião
Sexta - 17 de Dezembro de 2021 às 06:27
Por: Renato Gomes Nery

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Volto a este tema por que ele foi objeto do artigo da semana passada e provocou algumas severas críticas.

Defendo que devemos andar para frente e não para trás. Invoquei para isto a disputa das eleições presidenciais do ano que vem, onde vão se debater antigos líderes políticos e os novos que estão despontando no cenário nacional.

Não acho que o sebastianismo deve pautar a vida política democrática que se renova periodicamente. Ficar insistindo com quem já foi ou já morreu é, antes de tudo doentio, pois o passado é insuscetível da mudanças.

Quem já foi, foi e não deve voltar e, daí por que comungo com a supressão da reeleição que não é sinônimo de renovação. Insisto, ninguém é eterno e passa como tudo nesta vida! E os regimes democráticos primam pela alternância do poder.

Algumas pessoas acham que para mudar o Brasil é preciso mudar o sistema. A nossa história não contemporiza com isto. Qualquer mudança somente poderá vir com o novo, pois o velho é estático e infenso transformações. O mundo evolui para frente e não para trás. Esta é uma verdade histórica incontestável.

O velho vive do culto ao passado. É comum se vê a expressão: no meu tempo isto ou aquilo era melhor, para comprovar o que disse Roberto Campos: “a velhice é uma lanterna de popa que somente ilumina para trás”. Deve-se tirar proveito do passado, pois este serve como farol, experiência e conhecimento para a evolução humana no tempo e no espaço da vida na terra, mas não para ser repetido.

Vamos buscar alguém insuspeito, a respeito deste tema que afirmou: - “a história quando se repete pela primeira vez é em forma de tragédia e a segunda em forma de farsa” – (Karl Marx). Portanto, não precisamos nem da primeira e nem, muito menos, da segunda hipótese. Existe muita coisa nova surgindo no cenário na nacional para as eleições do ano que vem, como opção, e que deve ser benvinda.

Um aviso aos navegantes - ou vamos para frente, ou vamos perder tempo percorrendo um caminho já trilhado, correndo dois riscos sucessivos: o de imiscuir em tragédia e, se insistirmos, de transformar tudo em completa e absoluta farsa. Não creio que isto seja necessário.

P.S. - Sebastianismo - Foi uma crença ou movimento profético que surgiu em Portugal em fins do século XVI como consequência do desaparecimento do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578 (sem deixar herdeiro), que gerou a crise em Portugal.

Dado que não havia um corpo, acreditava-se que D. Sebastião voltaria para salvar o Reino de Portugal de todos os problemas desencadeados após o seu desaparecimento...

Traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através do retorno de um morto ilustre.... ou do retorno de um rei bom...

O Sebastianismo acabou, portanto, tornando-se um mito, e como é próprio dos mitos, tem sido adaptado a realidade de diversos momentos da história. (Wikipédia).

Renato Gomes Nery é advogado.



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