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Opinião
Domingo - 19 de Dezembro de 2021 às 09:12
Por: Silvana Cordova

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Políticas Públicas para o setor cultural nunca foi prioridade para a Gestão da nossa Capital. Desde que assumiu a prefeitura, em 2016, a gestão de Emanuel Pinheiro não tem levado a cultura a sério. Prova disso está na quantidade de iniciativas enfraquecidas e até descontinuadas, por exemplo, a implantação do Plano Municipal de Cultura, a não continuidade dos eventos tradicionais, a falta de incentivo à circulação de espetáculos. Somos constrangidos pelo descaso com o patrimônio material e com o próprio artista!

Estive presente em várias tentativas de diálogos e aproximação, inclusive no momento de sua última campanha no segundo turno, reunindo a classe artística para construirmos, junto com a gestão, políticas públicas culturais para a nossa população. Vale ressaltar que praticamente 90% da classe artística cuiabana declarou seu apoio e voto ao então prefeito na expectativa de dias melhores, mesmo sabendo que este nada fez pelo setor no passado. Ou seja, inocentemente acreditaram em sua “sincera” mudança e preocupação.

Durante o segundo turno, o atual prefeito, Emanuel Pinheiro, assinou uma Carta Compromisso com a classe artística, que solicita o mínimo para que as políticas culturais funcionem de fato. Desde então, a classe espera que tal compromisso seja concretizado. Entretanto, as coisas andam para lá de abandonadas. Sofremos com a pandemia sem nenhum Edital Emergencial por parte do Município. Um absurdo!

A revitalização do Centro Histórico aconteceu apenas em um pedaço do Beco, sem qualquer alternativa para moradores de rua que por ali circulam. E após isso, as ações ficaram centralizadas no Beco, deixando a carência imperar nos demais bairros da cidade.

Para variar, voltamos a ser os pedintes e viver com pires e xícara na mão. Como artista e produtora cultural me sinto envergonhada pelo olhar que a gestão dá para a Cultura da nossa Capital. Somos ricos de saberes e tradições, temos diversos espaços, como o Centro Cultural Silva Freire que poderia estar neste exato momento oportunizando arte e aprendizado para nossa comunidade, mas está esquecido.

Por falar em esquecido, esqueceu-se também o compromisso assinado com a Cultura e todos aqueles que, como eu, colocaram o nome e o rosto para apoiar Emanuel Pinheiro, acreditando que finalmente nossa cultura teria seu real reconhecimento! E assim seguimos, com mais do mesmo: descaso, desrespeito e desinteresse.

Silvana Cordova é produtora cultural e publicitária



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