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Opinião
Quarta - 05 de Janeiro de 2022 às 06:35
Por: Ederaldo Lima

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O ano de 2022 já começou, com novidades e novo salário mínimo – R$ 1.212,00, neste sentido, teremos mais um ano onde o poder de compra do brasileiro vai cada vez mais desacelerando, mais um reajuste de salário mínimo baseado na inflação, o que a maioria de nós não sabemos é que quando o salário mínimo é reajustado com base na inflação, este simplesmente está corrigindo o poder de compra perdido no ano anterior, é isto mesmo se você não sabia, ou seja, sempre estamos correndo atrás do prejuízo, inclusive quanto ao salário mínimo.

Este novo salário mínimo representa um aumento de 10,18% em relação ao salário mínimo de 2021, que é de R$ 1.100,00, detalhe importante a ser informado, é o maior reajuste desde 2016, quando o percentual de reajuste bateu a casa de 11,26%, neste sentido o temor é ainda maior, pois quando se olha para este dado de maneira limpa não se observa tudo que está embutido em um aumento deste porte, é possível notar uma atitude do governo em querer inflar, seja o salário mínimo, sejam os benefícios sociais, afinal estamos entrando em um ano eleitoral em que do lado oposto a candidatura a reeleição do atual presidente existe um forte candidato com clamour popular.

Um exemplo desta perda no poder de compra do brasileiro está no levantamento feito e demonstrando pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), no estudo deste renomado centro de pesquisa no ano de 2021 o preço dos alimentos e produto em geral teve reajuste de 14,09% enquanto o aumento do salário mínimo é de 10,18%.

Quando se fala de cesta básica, desde 2016 o brasileiro não perdia tanto o poder de compra da cesta básica, somente em 2016 o brasileiro ficou abaixo do poder de compra de 2,0 cestas básicas com sua remuneração (salário mínimo), em 2021 isto despencou para 1,5 cesta básica.

Analisando outros países, os dados brasileiros são ainda mais alarmantes e incompreensíveis, um argentino, nossos Hermanos que sofrem há anos com uma inflação desenfreada, economia em pedaços tem uma remuneração mínima ao ano de US$ 6549, os chilenos têm US$ 4016, os bolivianos US$ 3396 e os colombianos de US$ 4583, enquanto isso nós brasileiros segundo estudos US$ 2720 ao ano, isto segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estamos falando de países que olham para o Brasil como exemplo, e em todos eles a sua população tem um salário mínimo melhor que o nosso, todos nossos vizinhos, há algo errado com isso, concorda?

Um outro dado alarmante é do Banco Mundial, o brasileiro ficou em média 5,6% mais pobre de 2014 a 2020, enquanto o mundo está indo para frente, é claro que é necessário fazer uma ressalva chamada COVID – 19, mas, isto o mundo inteiro sofreu e mesmo assim nem todos passam pelo que estamos passando, uma perda no valor do dinheiro absurda, é só pensar no combustível, talvez seja um dos exemplos mais comuns a todos os brasileiros, a reclamação é geral, pessoas buscando outros meios de transporte que não mais veículos próprios, a busca pela locação, bicicletas, motocicletas e serviços de aplicativos para transporte cresceram muito em 2021, neste sentido é necessário validar que é uma mudança cultural, mas também influenciada pela diminuição no poder de compra do brasileiro, este é um dos fatores desta mudança cultural do ter para o ser, que falaremos mais inclusive em outro artigo no futuro.

Por fim, vamos apertar o cinto e entrar neste ano de 2022 com muita fé e dedicação, precisaremos ser otimistas, no entanto, quanto a isso não há problemas, o brasileiro é otimista por natureza, também é preciso prudência e estar pronto a aproveitar as oportunidades, que seja, um ano de aprendizado e que saíamos deste novo ciclo mais forte, aprendendo com tudo que trouxemos neste texto, que as decisões econômicas nos leve uma clareza maior em 2023, um grande abraço e vamos juntos neste voo chamado 2022 com o destino posto: Um Brasil Melhor a Todos!

Ederaldo Lima é mestre em Ciências Contábeis.



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