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Opinião
Sexta - 14 de Janeiro de 2022 às 09:29
Por: NEWTON TAFURI

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Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam um aumento de 30% nos casos de pedras nos rins durante o período mais quente do ano. A incidência da doença aumenta no verão porque nesta época do ano perdemos muita água por transpiração e muitos acabam não ingerindo uma quantidade de líquidos suficiente para repor essa perda. Dessa maneira, a urina fica mais concentrada e propicia a formação de cálculos.


Além disso, no verão, geralmente ocorre aumento do consumo de produtos ricos em sódio, o que também contribui para a formação dos cálculos renais.

As pedras geralmente se formam nos rins e quando estão nesse órgão, não costumam provocar sintomas. Quando o cálculo se desloca, porém, ele alcança o ureter, canal que liga o rim a bexiga e obstrui a drenagem de urina.

Isso provoca dilatação do ureter e do rim, causando dor extremamente forte, chamada cólica renal. Além da dor, podem ocorrer também náuseas, vômitos, sangue na urina, dor ao urinar, sensação de bexiga cheia, mesmo já tendo urinado.

Para evitar a formação dos cálculos renais é recomendado beber líquidos, como água e suco natural. Certamente o ideal é consumir pelo menos 2 litros de líquidos por dia. Além disso, evitar o consumo de alimentos industrializados, enlatados, macarrão instantâneo, embutidos, sucos artificiais, que são ricos em sódio.

O problema do sal é que ele tem vários impactos. Um deles é sobre a pressão arterial. Ele faz com que haja maior retenção de água no organismo. Com isso, há risco maior de aumentar a pressão arterial. Faz também com que pacientes que já tenham doença renal avançada inchem mais, retenham mais líquido dentro do corpo.

É recomendado também não abusar dos alimentos ricos em proteína, já que elevam a quantidade de ácido úrico, favorecendo a formação das pedras nos rins. É melhor optar por alimentos mais leves, incluindo legumes e verduras.

Outro problema associado aos rins é que o calor pode aumentar o risco de infecção urinária, principalmente em mulheres. Isso acontece porque, geralmente, a anatomia feminina propicia um maior risco de infecção urinária em comparação com a dos homens.

No verão é muito frequente as mulheres usarem roupas íntimas úmidas, o que pode favorecer o surgimento de micro-organismos. Isto se soma à falta de ingestão de água que pode deixar a urina concentrada, e também a demora para ir ao banheiro.

No caso de sintomas, procure o seu médico. Cálculos renais e infecção urinária podem evoluir e trazer outras complicações.

Newton Tafuri é urologista, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Mato Grosso.



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