Em defesa da essência humana O Núcleo Mental é uma das principais partes do indivíduo
A ideia da cultura ser o único fator que condicione o comportamento humano é absurda. Neste texto falarei exclusivamente sobre o Núcleo Mental, ele é somente uma parte da essência humana.
Quem já leu um texto meu percebe que eu me refiro várias vezes a uma série de pré-disposições que formam uma pessoa, ela é a base estrutural da mente, aquilo que faz a ligação entre a natureza e o ser humano.
Nos meus primeiros rabiscos, fiz um desenho em que o Núcleo Mental é a base de uma pirâmide em meio à natureza; cada vez mais acredito que o Núcleo Mental é maior do que imagino. Apesar de não entender plenamente, o núcleo é um fato inegável, extremamente óbvio, lógico e alguém não é capaz de duvidar da sua existência.
No processo milenar de evolução do animal humano, a mente (parte não física) assim como o resto do corpo passou por diversas adaptações, sendo que o cérebro foi sem sombra de dúvida o órgão que mais sofreu mudanças. A mente também passou por adaptações, ela é parte fundamental da formação do ser humano, sem ela seríamos simplesmente animais irracionais que agem por instinto.
Há algum tempo a ideia de que a mente possui uma base em sua estrutura independente da cultura e da vontade, formada através da adaptação genética vem me perturbando. A natureza é a seleção natural em si; ela toca a música e nós somos obrigados a tentar sobreviver de acordo com as regras dela. O Núcleo Mental está intrinsecamente ligado à necessidade de sobrevivência (não confunda com a parte reptiliana do cérebro).
Ao contrário do cérebro físico, este núcleo da mente está associado com os desejos fundamentais, ânsias, vida em sociedade, comportamento, status social, formação de família e comunidade, papel masculino e feminino, ideia de Deus, pré-disposições, aptidões, e etc. A parte crucial que caracteriza o Núcleo Mental é que ele não é o cérebro, mas é biológico, geneticamente adaptado e não está associado à cultura.
O Núcleo Mental facilita e condiciona a mente para trabalhar, esquecemos que a natureza existe e nos concentramos em ações mais importantes. O núcleo estabelece o básico para que a mente possa se desenvolver em meio a cultura e ao aprendizado. O núcleo porta as pré-disposições, que são adaptações da mente em um processo milenar de evolução, ao contrário do inconsciente ou consciente que está relacionada com a cultura.
Existe algum tipo de pré-consciência, pré-conhecimento e um pré-desejo no Núcleo Mental. Outras partes da mente estão construídas em cima dessas inúmeras pré-disposições. A adaptação do núcleo ocorreu por consequência das ações que proporcionaram melhores condições para sobrevivência genética e maior sucesso nas atividades do cotidiano. O núcleo não pode ser intencionalmente modificado e não sofre com as alterações culturais. Dentro dele ocorrem processos que tornam a vida possível.
Por se tratar de algo genético, não posso negar a possibilidade do Núcleo Mental ter tido ligeiras diferenças com o isolamento natural de grupos homogêneos de pessoas. Essa é uma possibilidade plausível que pode ajudar a explicar algumas perguntas. Hoje podemos tomar um avião e ir para qualquer lugar, mas nem sempre foi assim e grupos pequenos puderam se desenvolver sem interferências externas.
É óbvio que homens e mulheres possuem diferenças no núcleo, já que biologicamente os sexos procuram por coisas diferentes. A diferença entre homens e mulheres não pode ser apenas cultural, nem tampouco física; os sexos se adaptaram e desenvolveram para melhorar as condições de vida e preservar os genes. Mais sobre este assunto o leitor poderá conferir nos meus textos “Em defesa da mulher”, “Em defesa do homem” e “Em defesa da atração - o que torna as pessoas sexualmente atraentes?”.
O significado da vida está relacionado com o Núcleo Mental, o leitor poderá conferir algo nos meus textos “Em defesa da vida após a morte” e “Em defesa do amor”. Existem alguns temas que ainda não debati, um deles é Deus, então lhe afirmo logo: ateísmo não existe. A fé está com certeza entranhada no cérebro como um componente extremamente importante presente no Núcleo Mental, é permanente e não pode ser retirada, ponto.
Projetar o ser humano sem Deus é criar oportunidade para complicar a vida; atrapalhar a mente, tornar a pessoa lastimosamente carente por algo para preencher o espaço. E aviso do óbvio, ideologias coletivistas, estatistas, que cultuam uma personalidade ou o desprezo do indivíduo pelo coletivo, vão se alimentar da ausência de Deus.
Isso abrirá brechas para a destruição da sociedade, mortes e desgraça; como muito vimos no século XX. Aos que não acreditam em Deus, sem problemas, mas não sejam ingênuos em não compreender a implicação disso na massa e como servir de poderosa arma nas mãos de parasitas malignos, o homem sempre será o lobo do homem.
O impacto do Núcleo Mental na vida pode ser gigantesco; talvez muitas de nossas decisões se baseiam nele; ainda não compreendi toda a abrangência disso, mas conhecer mais sobre o núcleo deve ser algo fascinante e bastante elucidativo. O núcleo é necessariamente anterior ao consciente ou inconsciente e tem pleno conhecimento das nossas necessidades biológicas. O desenvolvimento cultural de um povo é diretamente influenciado pelo núcleo.
O núcleo é uma das coisas que estabelecem uma conexão entre as gerações. A tentativa de criar hábitos e verdades em laboratório (engenharia cultural) que vão em direção oposta ao núcleo, poderá provocar transtornos mentais, pois o indivíduo atuará contra a própria natureza. O núcleo tem um papel vital no desenvolvimento de uma sociedade e poderá ainda dar indícios do futuro de um povo.
O Núcleo Mental não é o inconsciente em si, apesar de não termos percepção dele; o inconsciente está relacionado com experiências próprias ou coletivas; já o núcleo nada mais é do que a mentalização de funções biológicas extremamente avançadas adaptadas ao decorrer de um longo tempo e geneticamente compartilhada; é a ponte entre o meio (natureza), o animal (humano) e a possibilidade de autoconsciência (mente).
Algumas perguntas interessantes a serem feitas são: por que eu desejo? o que existe que eu não sei? o que influenciou os meus desejos? o que eu não sei que desejo? O que me condicionou a ter certo tipo de comportamento? Por que as pessoas fazem o que fazem? A função do Núcleo Mental não é gerar dúvidas, muito pelo contrário: é dar respostas, e muito melhor: estabelecer respostas, meios e facilitar a vida.
Imagino que a exploração do Núcleo Mental pode resolver inúmeras dificuldades e problemas da vida moderna. Em todo caso, agora temos uma conexão mais forte com a natureza e principalmente o núcleo pode ser usado para a maior união entre as pessoas e os povos.
Há alguns detalhes que penso sobre o núcleo que não estão neste texto; muita coisa ainda não está bem pensada, aliás, a única certeza que tenho é da existência do núcleo, o resto ainda será nebuloso por muitos anos. A cultura não pode ser de forma alguma menosprezada, ela tem um papel extremamente importante na formação do indivíduo.
É inútil ter uma opinião formada se você não conhece todos os fatos; mas é necessário caminhar apesar de não saber a profundidade da ignorância; e eu não poderia ter escrito sem muita arrogância e redundâncias; não ter pleno entendimento sobre o Núcleo Mental torna este texto mais legítimo; faço, não porque quero, mas porque fui obrigado; saber da existência do núcleo é um gigantesco alívio.
Lousdembergue Rondon é jornalista.
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