Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Sexta - 04 de Fevereiro de 2022 às 06:57
Por: Renato Gomes Nery

    Imprimir


Aquela moça linda que insiste em mostrar sua divina beleza em uma das redes sociais. Todos os dias lá está ela a se exibir em diversos ângulos e lugares. A sua boca sensual, os seus olhos insinuantes e a sua estética irretocável. Enfim, ela é linda...lindíssima!

O que será que ela pretende? Está procurando um namorado! Ser um ícone da beleza! Impor a sua presença! Não ser esquecida! Será que se cansou do tédio de sua vida sem mudanças!

Enfim, ela não percebeu que se cansa de tudo, inclusive da beleza, vai chegar um momento em que, em que os leitores irão, pela repetição, se cansar dela, pois o oferecido não tem preço!

Aquele moço simpático que acho que seja advogado nos brinda regularmente com a sua insistente figura. Advogado não é modelo! Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Será que ele sabe disto! Não vai muito tempo e vão confundi-lo com modelo e ele terá que fazer esta opção.

Aquela outra moça escultural que deve ser fisiculturista, desfila nas passarelas virtuais diariamente como se fosse uma deusa a plasmar para uma plateia invisível.

Parece que ela se basta olhando para ela mesma. Enfim, o Narciso roda em círculos em torno dele mesmo num mundo de espelhos a sua imagem e semelhança.

O fanático atira no peito de cada pessoa que desafia as suas crenças. O ignorante que acha que sabe tudo, propagandeia as suas idiotices como se fossem verdades absolutas e inquestionáveis.

E outros que dão pitacos em tudo como se fossem o senhor das verdades. E o (a) influencer, com as exceções devidas, que ensina o que não sabe.

Enfim, é o espaço democrático da internet que possibilita todas as exibições e todas as manifestações. E, por outro lado, é o ego exagerado de algumas pessoas que são o que são e esquecem que o altar das vaidades não é lugar para se permanecer por muito tempo.

Como esta semana comemora-se o dia da poesia, aproveito para fazê-lo, aos compositores Orestes Barbosa e Silvo Caldas que falavam de coisas mais comuns que atormentam o nosso cotidiano - guizos falsos, das ilusões perdidas, dos morros malvestidos e da ventura da vida:

CHÃO DE ESTRELAS

Minha vida era um palco iluminado


Eu vivia vestido de dourado


Palhaço das perdidas ilusões


Cheio dos guizos falsos da alegria


Andei cantando a minha fantasia


Entre as palmas febris dos corações

Nossas roupas comuns dependuradas


Na corda, qual bandeiras agitadas


Pareciam um estranho festival


Festa dos nossos trapos coloridos


A mostrar que nos morros mal vestidos


É sempre feriado nacional

Tu pisavas nos astros, distraída


Sem saber que a ventura desta vida


É a cabrocha, o luar e o violão.....

Renato Gomes Nery é advogado.



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/4321/visualizar/