Câncer de pênis Fevereiro é o mês de alerta sobre o câncer de pênis
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) está realizando neste mês de fevereiro uma campanha nacional de alerta sobre o câncer de pênis, que nos últimos 14 anos levou à 7.213 amputações no Brasil (515 por ano), o que corresponde a um aumento de 1.604% no número desses procedimentos conforme dados do Ministério da Saúde.
Trata-se de um tumor raro que pode surgir no órgão ou apenas na pele que o cobre, provocando mudanças na cor e textura da pele, assim como surgimento de nódulos ou feridas que demoram muito tempo para desaparecer.
Este tipo de câncer é mais frequente em idosos com mais de 60 anos, mas também pode acontecer em jovens, especialmente em homens fumantes, que façam má higiene da região íntima ou que tenham contato íntimo sem camisinha, por exemplo.
O câncer de pênis tem cura, no entanto pode ser necessária cirurgia para remover os tecidos afetados e, por isso, quanto maior for o tumor ou quanto mais tarde for identificado, maiores são as chances de precisar retirar um pedaço maior do pênis.
Para identificar o câncer de pênis é muito importante estar atento a sintomas como aparecimento de ferida avermelhada que não cicatriza; nódulo no pênis, na glande ou no prepúcio; pele do pênis mais espessa ou com alterações na cor; corrimento com mau cheiro que sai pela uretra; sangramento pelo pênis; inchaço da extremidade do pênis; dor e inchaço nas ínguas na virilha.
Alguns destes sintomas, principalmente a ferida que surge no pênis e que não cicatriza, podem ser indicativos de outras doenças, como herpes, sífilis ou doenças autoimunes, por exemplo, e pode ser necessário a realização de uma biópsia para o diagnóstico.
A causa exata que leva ao desenvolvimento do câncer de pênis é ainda desconhecida, no entanto alguns fatores podem favorecer o desenvolvimento dessa doença, sendo os principais: tabagismo; poucos hábitos de higiene; infecção pelo vírus HPV; ausência de circuncisão ou circuncisão realizada quando adulto; e Idade superior a 60 anos.
Ter esses fatores de risco não necessariamente indicam que o homem irá desenvolver o câncer de pênis, no entanto é importante que consulte o urologista de forma regular, principalmente a partir dos 60 anos.
O tratamento normalmente é iniciado com cirurgia para remover o máximo de tecido afetado, sendo depois complementado com quimioterapia ou radioterapia para eliminar as células tumorais restantes.
Dependendo do tamanho e grau de desenvolvimento do câncer, o homem pode ficar com complicações após a cirurgia, como disfunção erétil, pois quanto mais tecido for necessário retirar, maior é o risco de afetar os músculos necessários para a ereção do pênis. No entanto, nestes casos, o médico pode recomendar cirurgia reconstrutiva do pênis, e às vezes a colocação de uma prótese peniana que permite que o homem tenha e mantenha uma ereção durante o contato íntimo.
Já nos casos mais graves, quando o tumor se encontra numa fase muito evoluída, o médico pode recomendar a emasculação, que consiste na retirada total de todo o órgão sexual e testículos. Para estes casos, está a ser desenvolvida uma nova técnica para fazer o transplante de pênis, de forma a devolver a função sexual.
Para evitar o câncer de pênis é importante ter alguns cuidados como fazer a higiene diária do pênis, especialmente debaixo do prepúcio, utilizar camisinha durante o contato íntimo e não fumar.
Embora não haja uma causa específica para o desenvolvimento de câncer no pênis, estes cuidados ajudam a evitar alguns fatores de risco, como má higiene ou infecção por HPV, por exemplo.
Newton Tafuri é urologista e diretor da Sociedade Brasileira de Urologia em Mato Grosso (SBU/MT).
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