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Opinião
Quinta - 17 de Março de 2022 às 01:36
Por: Newton Tafuri

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Todo mês de março a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) dá destaque à incontinência urinária, que é a perda involuntária da urina pela uretra, e nós, aqui em Mato Grosso, apoiamos essa campanha.

A incontinência urinária é um distúrbio mais frequente no sexo feminino e pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens.

Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra mais curta , em relação aos homens, duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta da uretra, sejam mais frágeis nas mulheres.

A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida em situações como bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade, tumores malignos e benignos, gravidez e parto, tosse crônica dos fumantes, doenças que comprimem a bexiga, comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico, entre outras.

Destacamos como principais tipos a incontinência urinária de esforço, quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, ou movimenta-se; a incontinência urinária de urgência, que caracteriza pela vontade súbita e incontrolável de urinar que ocorre em meio às atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro; e a incontinência mista, que associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra .
O tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios e fisioterapia ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é com medicamentos e também fisioterapia.

Atualmente, a cirurgia de Sling, em que se coloca uma fita para restabelecer e reforçar os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada que produz melhores resultados , nos casos de incontinência urinária de esforço.

Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é farmacológico e fisioterápico. O farmacológico pressupõe o uso ininterrupto de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. Pacientes que não respondem aos medicamentos e fisioterapia, ainda tem como opções de tratamento a aplicação de toxina botulínica na bexiga e o implante do neuroestimulador sacral , uma espécie marca-passo, para modular as contrações da bexiga .

Diante dos sintomas, o recomendado é marcar uma consulta com seu médico de confiança. Nada de se automedicar ou conviver com o problema sem procurar ajuda profissional. A incontinência provoca constrangimentos e reduz a qualidade de vida.

Dr. Newton Tafuri é urologista e diretor-tesoureiro da Sociedade Brasileira de Urologia em Mato Grosso (SBU/MT)



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