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Opinião
Quinta - 31 de Março de 2022 às 06:54
Por: Renato Gomes Nery

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No caminho que faço da minha casa até o meu escritório me deparo com diversos (a) pedintes. A maioria deles venezuelanos (a), frutos da maior diáspora americana.

Daí me veio a inspiração para escrever este artigo. Aliado a isto me voltou uma dúvida que sempre me incomoda: as doações que se fazem chegam as pessoas que delas precisam?

Doação é e deve ser antes tudo um ato de amor para com semelhante. Quem não tem nada, o pouco é muito! A minha inspiração, nesta área, chamava-se Cel. Octayde Jorge da Silva a quem dedico este artigo.

Eu não conheci pessoa mais sensível e preocupada com o próximo do que ele. Não foi rico, mas um dedicado funcionária público que supria, na medida das suas condições, as precárias necessidades de pessoas. Muita gente galgou outros patamares da vida graças a sua generosidade, seja com pequenas ajudas financeiras ou com os conselhos da sua enorme experiência e sapiência do mundo e da vida.

Não custa plantar sementes que sempre germinam e darão árvores, flores e frutos. É preciso ter esta dimensão da vida, pois os bens do planeta foram colocados à disposição para que todos usufruíssem, mas a insensibilidade, o cinismo e a ganância são os responsáveis por tanta injustiça e tão cruéis distorções.

A dimensão da vida e do mundo não podem ser aprisionada por conceitos e formas determinadas. Ela é maior que as ideologias, religiões e teorias econômicas de todas as ordens pelas quais se quer enquadrar tudo.

O ser humano é múltiplo e complexo. A verdade absoluta é um bem inatingível. O que parece ser verdade hoje pode não ser amanhã. A vida é um longo e interminável aprendizado.

Somos feitos do mesmo barro. O que nos diferencia são os valores humanistas da sociedade em que vivemos. Não deve haver divergências que a limite como: cor, raça, pobre, rico ou quaisquer outras diferenças, pois viemos do pó e para lá retornaremos. Daqui só levamos uma muda de roupa escolhida por outras pessoas.

É preciso ter a dimensão do Criador que disse: sempre haverá pobres entre vós! E nesse diapasão é preciso que se dê a mão e ajude a quem precisa, pois o que nos diferenciam são os valores humanos que professamos e exercitamos diariamente.

Dê um pouco daquilo que tem, pois pode ser muito para quem não tem nada. Estes são tempos difíceis onde a caridade deve ser exercitada ao extremo. Temos crises em todo o mundo, com conflitos provocando miséria e fome. As diferenças de opiniões devem ser esquecidas, pois o ser humano está a perecer, em que pese a eventual excelência do que se acha ou professa.

A imprensa prestaria um grande serviço à comunidade se verificasse a destinação dos valores e bens doados diariamente em todo mundo, para se ter a certeza de que as doações estão realmente ajudando as pessoas.

Acredite é melhor dar do que receber. Que você que me lê tenha sempre para dar, pois quem dar aos pobres e necessitados empresta a Deus. Que ele nos abençoe e proteja sempre!


Renato Gomes Nery é advogado.



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