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Opinião
Quinta - 21 de Abril de 2022 às 09:53
Por: Renato Gomes Nery

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Recentemente escrevi mais um artigo louvando a beleza da mulher mato-grossense, fruto de uma massiva miscigenação entre os nativos e os migrantes dos últimos tempos.

Fui acusado de discriminação por louvar a beleza feminina e não ressaltar os outros valores das mulheres que mourejam, no dia a dia, contra a discriminação e em prol de vida melhor.

Eu fiz uma apologia da beleza feminina cuiabana que encanta os nossos olhos e dão leveza a vida. Se não ressaltei outros atributos femininos foi por que não era o objetivo do texto. Não vai ai nem um desapreço para com as outras qualidades femininas que são inúmeras.

Querer patrulhar o texto por não ressaltar outras qualidades femininas é uma atitude muito comum, nos dias de hoje, onde tudo tem que ser engajado. Tudo tem que ser enquadrado. Tudo tem que passar pelo crivo dos donos da verdade e pretensos vigilantes da sociedade.

Longe de mim fazer literatura, mas - Acredito na liberdade a literatura é um espaço de liberdade absoluta - (Leila Slimani).

Não se pode produzir textos sem liberdade de expressão, pois a criatividade e a produção são livres e espontâneas. Vinicius de Moraes disse: “perdoe-me as feias, mas beleza é fundamental”, onde repetiu Anatole France que disse: “nada é verdadeiro, exceto a beleza”. Estas afirmações não tiram o brilho e nem genialidade desses autores, pois ao poeta é preciso dar liberdade para que brote a criatividade.

O primeiro autor, também, disse: “o que fazer com uma mulher somente bela”. Nem nessa e nem em outras hipóteses podem ser tratados de parciais. Antes de tudo, insisto, é preciso prestigiar a liberdade de expressão que não pode ser aprisionada à mercê da censura.

Vivemos um lastimável momento da vida nacional, onde o comportamento das pessoas é limitado para adequá-los aos parâmetros dos ditadores do viver em sociedade.

O cidadão que não rezar por esta ou aquela cartilha de fanáticos deve ser levado as fogueiras da insanidade! A caça às bruxas foi ressuscitada da idade média e assombra a forma de pensar das pessoas que devem pautar pelo politicamente correto.

Censores e torturadores são ressuscitados e louvados como se não fossem o que há de pior dos desvios de uma sociedade. As armas são louvadas como se não representasse a morte.

A sociedade assiste atônita toda sorte de excessos, seja pela opressão da maioria ou por excessos da minorias que procuram espaço a qualquer custo. Um pouco de sensatez e de cautela não faz mal a ninguém.

Todos devem ter espaço para fazer suas manifestações e dar opiniões, sem constranger e nem ser constrangido por isto. Ninguém pode ser atropelado por pensar diferente. Machado de Assis já advertia: “Deus nos livre de uma ideia fixa”, principalmente se o seu autor quiser fazê-la prevalecer.

O mundo é plúrimo, com o são as ideias e manifestações de opinião e de pensamento. Deus nos livre dos censures e do obscurantismo. Temos que andar pra frente, pois pra trás não dá mais, como afirma um canção popular.

Renato Gomes Nery é advogado.



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