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Opinião
Domingo - 22 de Maio de 2022 às 10:01
Por: Onofre Ribeiro

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Gostaria de construir este artigo baseado em três fatos.

O primeiro: no artigo brilhante do economista Vivaldo Lopes, “A Quarta Revolução”, publicado no site RDNews, no dia 19/5.

O segundo, na informação que me foi repassada pelo meu filho Tiago Ribeiro, CEO da agência Carandá Digital. Sua agência disputou a prestação de serviços num dos maiores grupos empresariais do agronegócio de Mato Grosso.

Tiago me relatou que foi-lhe dito que o grupo tem a disposição de contratar um grande volume de novos funcionários diante do cenário de crescimento. Mas não tem essa oferta de profissionais em Mato Grosso. É obrigado a buscar fora do estado por num custo muito mais elevado.

E a terceira leitura, já tratada aqui, é o apagão de recursos humanos hoje existente e crescente em nosso estado.

Pelo artigo do economista Vivaldo Lopes, a nossa quarta revolução será a da industrialização das atuais e futuras commodities produzidas no estado e exportadas sem beneficiamento atualmente. Vou aproveitar só um dos pontos do artigo. O etanol. Mato Grosso produziu na safra passada 39 milhões de toneladas de milho. Em 2030, estima-se 78 milhões.

Até alguns anos toda ela ia embora exportada a preço de commodities. Com o início de um forte indústria de etanol de milho os cenários mudam completamente. O etanol vai pro mercado e deixa de subproduto material que vai para a alimentação animal e consequente industrialização. Fecha outra cadeia produtiva.

Fora as indústrias de cana e de milho pra produzir etanol, há promessas de grandes plantas industriais em várias regiões das áreas agricultoras no estado. Isso será inevitável nos próximos anos. Grande parte da resposta para o abastecimento dos combustíveis virá do etanol e virá de Mato Grosso. Nunca mais teremos combustíveis com oferta farta e nem barata. O parque industrial mato-grossense promete muitíssimo nos próximos anos.

Na informação do Tiago Ribeiro, vem a segunda questão. Nesse ambiente de industrialização e de crescimento do agronegócio tem uma demanda enorme por recursos humanos preparados para os novos ciclos da produção agropecuária. Alcança os níveis técnicos medianos e especialmente os de graduação e pós-graduação especializada em todos os setores da economia.

Na terceira questão, a coisa fica mais grave. Se o agro vai se industrializar na proporção esperada que acontecerá, teremos problemas à frente. Lembro que na década 1990 o Rio Grande do Sul, o Paraná, Santa Catarina. São Paulo e Minas Gerais tinham grande produção e também exportavam como commodities. Hoje industrializam e são fortes estados econômicos no Brasil. Mato Grosso e o Centro-Oeste seguem essa trajetória.

Finalmente, os cenários de progresso estão crescentemente visíveis, mas trarão também os desafios de uma nova era, a que Vivaldo Lopes chamou de quarta revolução mato-grossense.

Concluo puxando pro campo da estratégia. Em ano de eleições gerais esse talvez seja o campo mais importante pra pautar as campanhas eleitorais em todos os níveis. Uma nova linguagem. Um novo discurso. Um discurso novo...!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.



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