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Opinião
Terça - 30 de Agosto de 2011 às 17:18
Por: Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho

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Encarnei um Diógenes ‘moderno’, aquele filósofo grego que perambulava pelas ruas, durante o dia, com uma lanterna nas mãos, a procurar por pessoas virtuosas, verdadeiras, auto suficientes.

Mas a tarefa que me propus era um pouco diferente. Desejei encontrar pelas ruas, uma – e apenas uma – pessoa que tenha sido eleitora dos atuais gestores de Cuiabá e Várzea Grande. Queria falar com quem tivesse votado em Galindo ou Tião e por uma razão muito simples: quanto você outorga um mandato (procuração) você pode e deve pedir prestação de contas ao político eleito (mandatário). Logo seria dever do prefeito fornecer explicações aquele seu eleitor.

Mas não encontrei sequer um cidadão que dedicou voto aos alcaides. Logo, são falsos prefeitos, uns ‘sem voto’, sem condições de dispor do interesse público. São tão autênticos quanto mercadoria importada do Paraguai, ou cópias chinesas de marcas famosas.

São prefeitos piratas!

Mas o que intriga em relação aos ‘prefeito piratas’ não é o fato de serem uns ‘sem voto’. Mas porque não conseguem oferecer à sociedade uma solução plausível para o tráfego em nossas vias urbanas. Notem que as ruas de Cuiabá e Várzea Grande são estreitas, planejadas – quando muito – para o trânsito de charretes e carros de boi.

Os ‘prefeitos pirata’ não dão conta de organizar o sistema de saúde pública, mesmo contando com orçamento vinculado que dedica 15% da receita pública à atividade e a esse montante se agregam os convênios com entidades diversas (que faz o bolo crescer).

Os ‘piratas’ não conseguem dar conta de manter a criançada em sala de aula, os prédios das escolas caem aos pedaços e os professores, mal pagos, recorrem constantemente à greve como derradeira solução.

Os piratas não falam de Copa do Mundo!

Mas os ‘prefeito piratas’ estão próximos de cometer um ato típico de corsários (estes, piratas da idade média), tirando da população e do patrimônio público a propriedade das empresas que cuidam (ou deveriam cuidar) de fornecer água e o serviço de esgoto.

Olha que loucura.

Estamos (Cuiabá e Várzea Grande) ao lado de um dos grandes rios do Estado, o Cuiabá. A Sanecap (Cuiabá) e o DAE (Várzea Grande) detém o monopólio para vender água a mais de meio milhão de pessoas. E as autarquias ainda dão prejuízos?

Peraí.

Uma empresa que fornecia serviços à Sanecap é de propriedade da família de um vereador cuiabano. E o DAE celebrou um contrato de seiscentos mil reais para gastos publicidade. A contratada tinha ligações políticas e o serviço não foi feito.

Então o problema é a ingerência política, a falta de gestão.

Todavia vender o patrimônio público é a única medida administrativa que os ‘prefeito piratas’ querem impor à população. Eles não têm voto, não têm proposta, e conseguem serem piores que os antecessores (que não são grande coisa).

Os alcaides de Cuiabá e Várzea Grande não têm o direito de propor privatização porque não foram eleitos pelo povo, não previram tal alienação no Plano Plurianual e porque isso é prejudicial ao interesse público. São uns ‘sem proposta’.

A não ser que estejam fazendo o ‘trabalho sujo’ de seus antecessores.

Xô, piratas!

 *Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho são militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) em Mato Grosso
 



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