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Opinião
Terça - 14 de Junho de 2022 às 04:32
Por: Natasha Slhessarenko

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A sustentabilidade geralmente é associada às questões ambientais, na capacidade de produção de bens, auto reparação de recursos naturais e atividades econômicas. Porém, também está relacionada à vida em vários aspectos através de uma visão integrada, que envolve toda a sociedade, seja no âmbito social, cultural, educação e, obviamente, possui total relação com a saúde.

Quando pensamos em não poluir os rios e mares, vias públicas, evitar desmatamentos, praticar alimentação sustentável, fazer coleta de lixo seletiva, cuidar do ecossistema, estamos praticando ações que visam o equilíbrio do meio ambiente, sem prejudicá-lo, para vivermos melhor a longo prazo, proporcionando maior sobrevida ao planeta em que vivemos.

Diante do contexto, é importante a reflexão sobre a relação desta temática com o campo da promoção em saúde, visto que cada vez mais as políticas e ações de sustentabilidade aproximam-se das demandas e ações dos serviços de saúde, diante dos custos elevados que observamos para haver manutenção e recuperação da saúde da população.

A degradação dos ambientes naturais num ritmo acelerado, como por exemplo a emissão de gases poluentes aumentando o efeito estufa, a redução da qualidade e disponibilidade da água, aumentam muito o risco de desenvolvimento de doenças, mortes e resulta em prejuízos à qualidade de vida e saúde das pessoas e gerações futuras. Sem contar com o aparecimento das doenças conhecidas como zoonóticas.

Assim como para promoção e prevenção da saúde, vale ressaltar que a principal forma de contribuir com a sustentabilidade é a mudança de comportamento das pessoas, principalmente adquirindo hábitos saudáveis de vida, reduzindo os impactos e preservando o meio ambiente para garantir assim saúde e bem-estar para todos.

Portanto, a sustentabilidade é essencial para promoção da saúde pois estão interligados, e o incentivo ao desenvolvimento sustentável favorece locais físicos e sociais para realizar por exemplo, práticas como redução da toxicidade alimentar, poluição do ar e ambiente, água limpa e saneamento básico, serviços de saúde de qualidade, o que reflete diretamente em um indivíduo saudável.

Importante também ressaltar aqui o papel fundamental da iniciativa privada na adoção de práticas sustentáveis, as empresas sustentáveis e a economia verde.

Por fim, muitos componentes da vida social que contribuem para uma vida com qualidade são também fundamentais para que indivíduos e populações alcancem um perfil elevado de saúde, para além dos hábitos de vida individuais.

É necessário mais do que o acesso a serviços médico-assistenciais de qualidade, é preciso enfrentar os determinantes da saúde em toda a sua amplitude, o que requer políticas públicas saudáveis, uma efetiva articulação intersetorial do poder público e a mobilização da população.

Dra. Natasha Slhessarenko é medica, professora da UFMT, conselheira do CFM e empresária



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