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Opinião
Sexta - 24 de Junho de 2022 às 06:37
Por: Rafael Sodré de Aragão

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O Brasil é o segundo país em transplante renal em números absolutos de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia e estima-se que 130 mil estão em diálise, e desses, 30 mil estão inscritos no Programa de Transplante Renal.

Nas últimas décadas a sobrevida dos pacientes transplantados tem aumentado significativamente. Isso se deve, em parte, à introdução de melhores regimes de imunossupressores que têm como função modular nosso sistema imunológico com intuito de reduzir a rejeição do órgão transplantado. Tal evolução dobrou o tempo de exposição dos pacientes a essas medicações.

Pacientes transplantados renais que fazem uso de imunossupressores associados à exposição de raios solares ultravioletas ficam com o sistema imunológico deficiente levando a hipossuficiência de células de defesa chamadas de linfócitos e de células de langerhans. Essa perda de qualidade da imunidade favorece o aparecimento de tumores malignos ou pré-malignos.

As neoplasias de pele estão entre as mais importantes complicações no transplantado renal. O carcinoma espinocelular (CEC) e o basocelular (CBC) são as neoplasias mais frequentes no transplantado, correspondendo a 95% do total de tumores observados nestes doentes. Lesões pré-malignas como as queratoses actínicas chegam a ser 250 vezes mais frequentes.

Diante do número significativo de tumores induzidos pela imunossupressão, faz-se importante chamar a atenção para uma patologia que aparentemente pode ser simples, mas que se não tratada precocemente pode levar a danos colaterais permanentes como mutilações e em alguns casos ao óbito.

Rafael Sodré de Aragão é cirurgião Oncológico do Hospital de Câncer de MT.



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