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Opinião
Domingo - 10 de Julho de 2022 às 09:34
Por: Christiany Fonseca

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A ampla maioria dos estudos científicos vem contrariando a máxima de “Mais Armas, Menos Crimes”. No dia primeiro de julho tivemos mais uma prova desses números em nossa capital, quando o agente do sistema socioeducativo Alexandre Miyagawa foi morto por arma de fogo.

Esse fato trágico nos leva a discussão sobre o armamento, ou melhor, sobre a apologia que vem sendo feita quanto ao “armar para salvar”.

O número de pessoas com licença para armas de fogo aumentou no governo Bolsonaro, que por sua vez , pautou sua campanha sob a promessa de facilitar o acesso as armas. A promessa de campanha foi prontamente cumprida, fazendo com que o Brasil registrasse um aumento de 473% de licenças para uso de armas de fogo nos últimos quatro anos.

O IPEA, em uma pesquisa que teve como objetivo compreender os efeitos do Estatuto do Desarmamento, demonstrou que a cada “1% a mais de armas em circulação nas cidades, a porcentagem de homicídios aumenta em 2%”.

Há uma correspondência positiva entre a elevação da circulação de armas e o percentual de homicídios registrados no Brasil. Ao ampliar o quantitativo de armas em circulação, também ampliam o quantitativo de mortes violentas. (IPEA, 2020)

As armas nas mãos de civis, por exemplo, ao invés de não reduzirem a criminalidade, acabam por aumentar o número de mortes, sejam homicídios e suicídios, sejam acidentes domésticos. Temos o leviano discurso da arma para “legítima defesa”.

Na possível situação da arma para “legítima defesa”, o cidadão tende a reagir e na reação acaba se tornando um alvo, considerando que a ampla maioria da população não tem preparo e nem treinamento adequado para o uso de arma de fogo.

E aí voltamos para o dia primeiro de julho, dia em que duas pessoas com preparo e com treinamento adequado para o uso de armas, não foram suficientes para que uma vida não fosse ceifada. Mais armas, Mais Crimes...

Christiany Fonseca é doutora em Sociologia, professora do IFMT e secretária-adjunta de Direitos Humanos em Cuiabá.

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