MARDEM MACHADO
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) O termo inclui dois tipos diferentes de inflamação intestinal crônica
O termo doenças inflamatórias intestinais inclui dois tipos diferentes de inflamação intestinal crônica, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, ambas ainda de causas desconhecidas. A principal diferença entre as duas doenças é o local onde elas ocorrem.
A doença de Crohn é uma inflamação crônica que pode acontecer em qualquer parte do tubo digestivo. Ela é mais comum na parte inferior do intestino delgado e intestino grosso. Já a retocolite ulcerativa é uma inflamação que ocorre na mucosa do intestino grosso, acompanhada de diarreia crônica com sangue e anemia”, detalha.
As doenças inflamatórias intestinais não tem uma causa definida, mas podem estar associadas a fatores como consumo exagerado de comidas industrializadas e com alto índice de gordura, questões hereditárias e imunológicas.
Os sintomas mais comuns para as DIIs são a diarreia, com pus, muco ou sangue, cólicas, gases, fraqueza, perda de apetite e febre. Conforme as informações da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as inflamações atingem principalmente os jovens entre 20 e 40 anos, que quanto mais cedo forem diagnosticados, melhores são as chances de um tratamento adequado e que não afete tanto no dia a dia.
Assim como a retocolite ulcerativa, o diagnóstico da doença de Crohn é feito por um exame de colonoscopia com biópsia, além de outros exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética e exames laboratoriais.
O tratamento pode ser realizado tanto com medicação, quanto com cirurgia. Em alguns pacientes é necessária a confecção de estomas, que são bolsas coletoras de fezes. Além disso, também uma alimentação balanceada.
A colonoscopia e a cápsula endoscópica são dois importantes exames para o diagnósticos de doenças inflamatórias intestinais (DII), que são a Doença de Crohn e a Colite Ulcerativa, alvos da campanha de conscientização Maio Roxo
A colonoscopia é um exame que permite ao médico analisar o revestimento interno do intestino grosso e parte do intestino delgado, em uma área que corresponde ao reto, ao cólon e ao íleo terminal.
A aparência endoscópica nem sempre é capaz de diferenciar Doença de Crohn e Colite Ulcerativa, porém fornece algumas características que auxiliam no diagnóstico. Além disso é fundamental para detecção precoce do Câncer Colorretal.
Normalmente o exame é realizado sob sedação para o conforto do paciente, permitindo ao médico a identificação, diagnóstico através de biópsia e, eventualmente, a retirada de lesões intestinais.
Já a cápsula endoscópica, desde seu desenvolvimento é considerada um excelente exame para avaliar a mucosa do intestino delgado. Como a Doença de Crohn pode acometer exclusivamente o íleo proximal ou o jejuno em 10% dos casos, diante de colonoscopia normal ou pouco alterada e suspeita clínica relevante, a cápsula pode ser usada para pesquisar lesões nessa porção do intestino, como erosões, úlceras e estenoses.
O método também verifica a extensão da Doença de Crohn já diagnosticada, auxilia na escolha do tratamento e faz o controle pós-terapêutico. Embora seja um exame bastante seguro, existe a possibilidade de retenção da cápsula em cerca de 2% dos casos devido a estenoses graves, que geralmente têm indicação de correção cirúrgica.
E já realizada em Cuiabá, a enteroscopia por duplo balão é um exame em que o aparelho, similar aos demais endoscópios, é introduzido através da boca ou do ânus para o diagnóstico e tratamento de lesões do intestino delgado a exemplo das doenças inflamatórias intestinais.
Mardem Machado é coloproctologista, professor do HUJM.
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