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Opinião
Sábado - 13 de Agosto de 2022 às 04:13
Por: Deusdédit de Almeida

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A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), através da Comissão Nacional de pastoral para a Vida e Família, promoverá a 26ª Semana Nacional da Família, com o início no dia dos Pais (14 a 21 ).

É um acontecimento religioso consolidado em nossa história e na vida eclesial. É uma semana de intensa oração, reflexão e mobilização em defesa dos valores da família. O tema deste ano é: “Amor familiar, vocação e caminho de santidade”.

Este tema motivador é um convite para que Pais e filhos descubram a doce, prazerosa e reconfortante alegria de viver o amor cristão no relacionamento conjugal e familiar.

Realmente, o que faz a beleza, o encanto e a felicidade da vida em família é o amor cristão. Mas o que significa o amor cristão? No ensinamento de Jesus, o amor significa doação, gratuidade, alteridade e oblatividade. É sair de si em direção ao outro. O amor cristão é o bem querer, sem querer nada do outro.

O verdadeiro amor não é interesseiro. Assim, o amor familiar cristão, transforma a família em fonte de alegria, paz e serenidade de seus membros. Diante das investidas devastadoras contra a unidade e identidade da família, precisamos proclamar a beleza e a grandeza da união indissolúvel e perene. Apesar do ambiente social e cultural desfavoráveis ao arranjo familiar, hoje, podemos constatar milhares de casais que cultivam gestos solícitos de bondade, de compreensão e ternura que encantam o mundo, tornando adoráveis os relacionamentos!

Quantas famílias vivem a grandeza do amor conjugal e familiar, celebrando bodas de prata, de ouro e diamante.

São muitos os casais que vivem na fidelidade, em harmonia conjugal e cultivando a santidade no dia a dia. Pois, o amor familiar é o melhor caminho de santidade. A vida exemplar destes incontáveis números de casais é o melhor anúncio da boa nova da família!

Mais do que nunca, hoje, precisamos aglutinar e somar as forças em favor da unidade, da identidade e da função da família na sociedade e no mundo. Pois, estamos mergulhados numa cultura “anti-família” e com uma forte mentalidade contraceptiva.

Com a semana nacional da família, a Igreja quer, uma vez mais, salientar a importância da família, que, talvez, mais do que outras Instituições, tem sido impactada pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Vivemos uma mudança de época. Isto é, mudam-se os critérios de compreensão ou visão da pessoa humana, da família, da sociedade e do mundo.

Neste cenário, é necessário um olhar atento dirigido à família, como a mais bonita invenção Divina e a “Joia” mais preciosa da humanidade. Não compensa ganhar o mundo e perder a família!

No plano natural, ela é a primeira e fundamental expressão da natureza social do homem. É uma comunidade de pessoas, a menor célula social, e como tal, é uma instituição fundamental para o equilíbrio da sociedade. Ela é o espaço privilegiado para forjar no coração do homem os valores perenes, sejam eles humanos ou espirituais, e as virtudes sociais. Por esta razão, a família é o bem maior da pessoa humana, da Igreja e da sociedade.

O momento atual exige da nossa ação evangelizadora um profundo e renovado ardor missionário para ajudar as famílias na realização de sua missão na Igreja e no mundo.

No dia dos Pais, recordamos aos filhos que o bom comportamento, a docilidade, o amor e a retidão de vida, constituem os elementos reconfortantes e consoladores do coração de um Pai! Gosto de lembrar a canção “quando eu me chamar saudade”, do sambista Nelson Cavaquinho: “Flores, carinho e mão amiga eu quero em vida.

Quando eu morrer, quero preces e nada mais”. Finalmente, a exemplo de Jesus, precisamos amar e acolher com carinho, todas as famílias nas condições em que elas se encontram: famílias incompletas, irregulares, em segunda ou terceira união, famílias desestruturadas e machucadas pela extrema pobreza. Pesquisas recentes, apontam para o aumento da pobreza nas grandes Metrópoles, incluindo Cuiabá. Dados da Secretaria Estadual de Assistência social e cidadania (CadÚnico), registram a existência de 18.385 famílias vivendo em situação de extrema pobreza em Cuiabá (fila dos ossinhos).

É muito contraditório, um Estado produtor e exportador de alimento para mundo marginalizando tantas famílias no próprio Estado. Em relação às famílias irregulares, disse o Papa Francisco: “Devemos ser uma Igreja mais acolhedora e menos julgadora! A Pergunta é: o que Jesus faria se estivesse em nosso lugar, diante destas novas situações em que se encontram as famílias? Ainda que nenhuma família seja perfeita, precisamos nos orgulhar da família que temos, dizendo: “Amo minha família, pois, embora não sendo perfeita é o bem maior e mais precioso da minha vida”!

E que Deus abençoe as famílias! Parabéns a todos os Pais, colaboradores de Deus na obra da transmissão da vida!

Deusdédit de Almeida é padre da Catedral de Cuiabá.



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