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Opinião
Terça - 06 de Setembro de 2022 às 06:46
Por: Ivanildes Tavares

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A depressão na adolescência é uma doença psiquiátrica patológica que provoca alteração do humor e uma desordem emocional. São alterações químicas no cérebro que atrapalham a comunicação entre os neurotransmissores causando esse transtorno.

Com esse desequilíbrio, o adolescente fica triste, angustiado e irritado. Isso acontece devido uma perda da identidade infantil, e é preciso reorganizar rapidamente o universo interno. Nem todos os jovens estão preparados ou conseguem passar por esse período com equilíbrio emocional.

Os sintomas de depressão na adolescência em geral são os mesmos da fase adulta. Entretanto, algumas características são bastante específicas dessa faixa etária como: mudança de humor, mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar, alteração no sono e no apetite, sintomas físicos (dores constantes nas costas, pescoço, estômago e cabeça), automutilação e pensamento sobre suicídio.

A depressão na adolescência não tem uma causa única. Na verdade, a doença vem de uma série de fatores internos e externos. Isso inclui genética, doenças crônicas, ambiente em que vive e as pessoas ao seu redor. Abuso, violência ou a sua vulnerabilidade influenciam também.

Por isso, é muito importante diferenciar esse transtorno de uma tristeza comum que acontece normalmente quando passamos por problemas como a morte de um ente querido, um problema amoroso, etc. São situações difíceis, entretanto é uma tristeza emocional natural do ser humano que fazem parte da vida e são passageiros. No caso da depressão na adolescência, o sentimento de tristeza profunda é persistente.

É como se a pessoa se tornasse incapaz de seguir adiante.

Nessa fase da vida ocorrem grandes transformações, tanto fisiológicas quanto sociais que aumentam as chances do desenvolvimento de alterações psicológicas e emocionais, como ansiedade e depressão.

O tratamento precisa tanto do apoio profissional quanto do familiar. Nessa fase, é mais recomendado que os cuidados sejam feitos apenas com psicoterapia. O processo é feito em médio a longo prazo. Ou seja, as sessões frequentes precisam acontecer por pelo menos um ano. Além disso, esse cuidado ajuda a reduzir o risco de um novo diagnóstico de depressão.

É muito importante que a família entenda que depressão não se trata de falta de vontade ou preguiça do jovem, mas sim de uma doença que requer cuidados clínicos e psicológicos. E certas coisas não devemos dizer a ele, como por exemplo comparar a situação dele com a de outras pessoas, pedir para olhar pelo lado positivo, perguntar o que tem de errado com ele, pedir para “simplesmente seguir em frente” ou “sair dessa”, dizer que irá se sentir melhor amanhã.

Muitos pais ficam confusos sobre a origem de determinadas atitudes, sem saber se elas são esperadas ou não. No entanto, um ponto interessante a ser observado é a duração e a frequência desses da repetição desses comportamentos e se mostrem disponíveis para compreender e dialogar com os filhos. Os jovens precisam sentir que não estão sozinhos, sendo muito importante aprender a lidar com as adversidades do caminho.

Ivanildes Tavares é psicóloga, especialista em terapia cognitivo comportamental e em psicopedagogia.



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