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Opinião
Quinta - 22 de Setembro de 2022 às 06:51
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Deputados federais e estaduais, que buscam reeleição, no horário eleitoral, só falam que levou dinheiro para obras para os municípios com as tais das emendas.

Realização de obras nunca foi função de parlamentares. Isso é do executivo. O parlamentar tem que criar boas leis, não para fazer pontes, estradas ou sei lá o que mais. É mais um dado que mostra como está deturpada a função do legislativo.

Veja como anda essa coisa das emendas. Um jornal de circulação nacional mostrou os números do dinheiro tirado de áreas sociais para a emenda do relator ou secreta.

Na Farmácia Popular eram dois bilhões, caiu para 1.2 bilhões. Saúde indígena de 1.5 bilhões para 610 milhões. Formação em saúde de três bilhões para 1.5 bilhões e um corte de 665 milhões para 34 milhões no Casa Verde e Amarela.


Essa dita emenda era 17 bilhões e está previsto subir para mais de 19 bilhões no ano que vem. A emenda secreta parece que é um novo e mais sofisticado Mensalão.

Mais curiosidades. No horário eleitoral, os candidatos novos a deputados federais e estaduais tem tempo curtíssimo para se apresentarem. Falam, de forma apressada, algumas coisas quase incompressíveis, o nome dele ou dela, número para votação e "tamos juntos" ou coisa parecida. Como conseguir votos? É até cômico.

Nessas inserções quase não aparece o nome do partido do candidato. Porque eles não se interessam mesmo pelos partidos ou porque o eleitorado não está nem aí para partidos políticos.

Com 33 partidos, não dá para identificar nada. Nem o candidato quer citar em que partido está. Partido só serve para dar base legal para se ter a candidatura. Fora disso, não existe. Coisa só do Brasil.

Comenta-se que a candidatura Mauro Mendes tem apoio de todos os prefeitos do estado, exceção ao da capital. Tem prefeitos que pertencem a partidos diferentes do governador ou estão em outra federação partidária. É tudo normal na política partidária nacional.

Outro assunto da eleição são alguns pronunciamentos e posicionamentos do presidente Bolsonaro. Durante quase quatros anos ouvimos discurso contra as urnas eletrônicas. Cresceu até a preocupação de que o presidente, com apoio de muitos brasileiros, não passaria a faixa presidencial, se perdesse a eleição. A alegação seria de que teriam sido roubados nas urnas.

Numa entrevista recente, Bolsonaro disse que, se perdesse a eleição, “passaria a faixa” presidencial e iria embora. Passados poucos dias dessa fala, o presidente disse em Londres que se não vencer a eleição no primeiro turno com mais de 60 % dos votos algo de anormal terá acontecido no Tribunal Superior Eleitoral. Em qual Bolsonaro acreditar?

Chama atenção também como candidatos no estado que sempre estiveram e defenderam Bolsonaro nesses anos ficaram sem o apoio explicito do presidente a deputado federal ou ao senado. O presidente abraçou a candidatura do Mauro e Wellington e parece que se esqueceu dos apoiadores antigos.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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